Os efeitos nefastos da presidência de Jair Bolsonaro para o Brasil, como se sabe, precisará de décadas para que sejam diluídos e o país possa se recuperar dos inúmeros prejuízos resultantes da gestão do inepto ex-presidente.
As Forças Armadas brasileiras, por sua vez, também precisarão de décadas para que sua imagem volte a ter a respeitabilidade que uma instituição de Estado dessa envergadura precisa ter perante a sociedade, dada sua lamentável vinculação política com aquele que sempre foi considerado um pulha na política nacional.
Jair Bolsonaro deixou, ou melhor, foi expulso da presidência da República pela maioria da população por não aguentar mais viver num país que possuía um presidente que não conseguia abrir a boca para falar de propostas para a solução dos problemas, mas somente para criar brigas e intrigas entre as instituições, os poderes e com a comunidade internacional. Um inepto completo.
Contudo, embora não esteja mais na presidência da República desde 01/01/2023, ao longo desses oito meses em que o Brasil voltou a ter estabilidade institucional e democrática, os brasileiros assistem semanalmente um novo escândalo de corrupção oriundo das entranhas do clã Bolsonaro.
E, lamentavelmente, parte significativa desses escândalos de corrupção tem o envolvimento de, ao menos, um membro da Forças Armadas, minando a credibilidade de uma instituição que jamais deve se envolver politicamente com quem quer que esteja como inquilino do poder.
Aliás, a governança administrativa civil brasileira deve ser administrada por civis, o que obviamente não impede que haja interação entre civis e Forças Armadas, pois estas são instituições de Estado e estão sob o comando de civis, pois são estes que autorizam aqueles usarem a força, com armas, dentro dos limites da lei.
Mas não é admissível ter a Administração pública civil “invadida” por militares em busca de uma assessoria especial como complemento de renda para, ao final, ter como consequência uma exposição deplorável da imagem das próprias Forças Armadas, como ocorreu no governo Bolsonaro.
É preciso lembrar que as Forças Armadas não possuem dono. Elas pertencem à nação brasileira e devem respeito à Constituição Federal. A questões e entreveros políticos são assuntos que dizem respeito aos agentes políticos, jamais às Forças Armadas.
Outro ponto que precisa ser lembrado é que todo e qualquer membro das Forças Armadas, seja um soldado que acabou de entrar para as Forças ou seja o oficial da mais alta patente, todos, absolutamente todos são servidores públicos, e como tais estão submetidos às leis que os regem, sem qualquer privilégio ou receio pelo fato de possuírem armas. Simples assim.
Espera-se que o estrago à imagem realizado pela vinculação política com Jair Bolsonaro permita uma reflexão aprofundada pelo alto comando das Forças Armadas para que esse grave erro não se repita no futuro.
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