A probabilidade de a manifestação puxada por Jair Bolsonaro para a Avenida Paulista para amanhã, 25/2, se transformar numa fábrica de produção de provas criminais contra todos os envolvidos é enorme.
Bolsonaro já está completamente comprometido nas investigações sobre os planos golpistas para abolir o Estado Democrático de Direito, mas num ato de desespero e querendo intimidar o Poder Judiciário Bolsonaro tenta reunir uma multidão na Paulista e, ao mesmo tempo, quer identificar entre seus aliados quais são aqueles que estão dispostos a correr o risco de serem processados e condenados ao seu lado.
A história de Jair Bolsonaro, desde sua participação nas Forças Armadas, sempre teve como característica o fato de ser um agitador, um subversivo, um desordeiro, manipulando grupo de pessoas para conseguir seus objetivos pessoais.
Aliás, Jair Bolsonaro é o maior exemplo de que militares que objetivam participar de qualquer forma do processo eleitoral precisam deixar a farda definitivamente para se lançar à política, ou seja, nenhuma militar deve participar de uma disputa eleitoral e retornar para seu posto militar caso não seja eleito.
Bolsonaro é o exemplo concreto de que essa permissão quase fulminou a democracia brasileira, e um subversivo abominável quase implodiu a democracia do Brasil e jogou o país num abismo institucional.
Forças Armadas e política partidária jamais podem se misturar.
Ao longo do seu terrível mandato presidencial, Bolsonaro conspirou abertamente contra as instituições democráticas brasileiras, pretendeu minar a legitimidade dos Poderes Legislativo e Judiciário, e com o passar do tempo focou exclusivamente em atacar o Judiciário como forma de minar a credibilidade deste Poder para que, quando investisse num ato golpista, parte da sociedade olhasse aquela conduta como “justificável”.
Mas a tentativa de golpe não deu certo e o submundo das articulações golpistas está sendo integralmente exposto à sociedade à luz do dia.
Agora, acuado, e vendo seus comparsas sendo também encurralados e apontando o dedo para o líder, Jair Bolsonaro tenta intimidar o Poder Judiciário com uma manifestação que tem jeito de golpista, cheiro de golpista, será composta por pessoas abertamente golpistas, e organizada por pessoas abertamente golpista.
A probabilidade dessa manifestação dar errada é gigante.
A grande questão é que Bolsonaro é reconhecidamente uma liderança que usa e abusa da fidelidade de seus aliados, mas não tem o menor rancor em deixá-los na estrada quando são apanhados em alguma traquinagem. Foi assim desde o ministro Bebiano, fiel escudeiro de Bolsonaro desde a campanha eleitoral.
Agora, sem mandato, inelegível, sem poder, sem aliados na Procuradoria Geral da República, com inúmeros inquéritos criminais em andamento contra si, e prestes a ser preso, Jair Bolsonaro tentará produzir uma fotografia na Paulista para a posteridade, para os livros de história, mas não sabe ele que os livros registrarão que esse dia foi apenas mais um exemplo de como parte da sociedade brasileira viveu um surto coletivo liderado por um golpista que, ao final, teve o que mereceu: Justiça.
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