O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na data de hoje, 30/06/2023, declarou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro por oito anos, por abuso de poder político e dos meios de comunicação, com base na Lei Complementar 64/1990, conhecida como Lei das Inelegibilidades.
A reunião com embaixadores, que resultou na condenação de Jair Bolsonaro, organizada pelo então presidente para promover ataques sórdidos e infundados - mas estrategicamente construídos - contra o sistema eleitoral brasileiro e à Justiça Eleitoral, sem dúvida, é um dos maiores absurdos que um chefe de estado já promoveu contra seu próprio país na história mundial.
Até aquela repugnante reunião, era impensável imaginar um chefe de estado convidar representantes de dezenas de países para lhes dizer, de forma mentirosa, que o sistema eleitoral de seu país não seria auditável e seria passível de fraude, sem informar, contudo, que ele próprio se elegeu por esse mesmo sistema eleitoral uma vez ao cargo de vereador, sete vezes ao cargo de deputado federal e uma vez ao cargo de presidente da República, sem nunca antes ter questionado as suas próprias vitórias.
Nas mãos de Jair Bolsonaro, a democracia brasileira correu sérios riscos de sucumbir perante os arroubos ditatoriais de um inepto que, por uma combinação de inúmeros fatores que devem ser cuidadosamente analisados por aqueles que defendem o estado democrático de direito, chegou ao maior cargo político do país para, a partir dele, implodir os pilares da República para tentar se perpetuar no poder.
Jair Bolsonaro ainda conseguiu arrastar para a lama a imagem das Forças Armadas, a qual vinha tentando consolidar uma imagem positiva perante a sociedade após longo período de ditadura militar.
Infelizmente, muitos oficiais aceitaram não apenas misturar uma instituição de Estado com um Governo político, como também - ao que parece pelas mensagens veiculadas após investigações da Polícia Federal - alguns desses militares, indignos das fardas que vestem, ainda se uniram com o Bolsonaro para conspirar contra a Democracia brasileira, e quem assim agiu deve ser duramente penalizado, nos termos da lei.
Agora, os demais ramos do Direito devem entrar em campo - dentro das quatro linhas da constituição, expressão que o ex-presidente replicava sempre que promovia ameaças autoritárias - para cuidar de tudo aquilo que Bolsonaro habilmente trabalhou para deixar escondido atrás das cortinas e defender para os incautos que seu governo era um exemplo de honestidade.
Realmente, se não há investigação não há o que achar. Essa foi a estratégia de Bolsonaro ao longo do seu mandato, mas agora que o Brasil respira ares muito mais democráticos e as instituições não são diariamente atacadas, espera-se que as instituições responsáveis façam a devida inspeção.
Infelizmente, o legado nefasto de Jair Bolsonaro não sairá de cena com sua inelegibilidade. Bolsonaro conseguiu disseminar em parte dos seus seguidores o vírus da incivilidade, usando a estupidez como forma de manipular a opinião das pessoas, e a mentira deliberada como arma política.
Os ovos da serpente espalhados por Bolsonaro ao longo do seu desastroso mandato surgirão nos próximos meses com vista às eleições municipais de 2024.
Espera-se que os agentes políticos não radicalizados e apreciadores da democracia consigam se sobrepor a esses filhotes de ditadores que devem surgir num futuro próximo.
De toda forma, hoje é um grande dia para o Brasil e para a Democracia brasileira.
Democracia para sempre!!!
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Jair Bolsonaro (reprodução internet)
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