26/05/2023 às 15h07min - Atualizada em 26/05/2023 às 15h07min

Eu, Tina.

A vida e a arte de uma das mais brilhantes artistas do mundo

Luciana Hage

Luciana Hage

Mini-bio: Relações Públicas. Mestre em Ciências da Comunicação.

A indicação de filme dessa semana não poderia ser outra que não o filme “Tina: a verdadeira história de Tina Tuner”, lançado em 1993 e dirigido por Brian Gibson. O roteiro é uma adaptação da autobiografia da artista. “Eu, Tina: a história da minha vida”.

O filme traz os diversos momentos dramáticos da vida de Tina, que desde muito jovem sentiu o gosto amargo da solidão e teve de seguir solitariamente acreditando no seu talento musical para enfrentar as dificuldades de ser uma mulher negra no cenário musical dos EUA.

Anna Mae Bullock, nome de batismo da artista, nasceu numa família pobre numa cidade pequena do estado do Texas e aos 15 anos de idade foi abandonada pelos pais e a partir daí enfrentou vários outros momentos de dificuldade.

O filme se concentra, sobretudo, na vida a partir da aproximação de Tina com Ike Tuner, um artista bem conhecido no cenário da soul music. Foi ele quem ofereceu a ela a oportunidade de ser uma das backing vocal na banda The Kings of Rhythm, comandada por ele.

Os dois cresceram muito com esse encontro. E tinham, aparentemente, tudo que se precisaria para seguirem felizes na vida pessoal e profissional. A harmonia durou pouco tempo e o preço foi muito alto para ela. Com Ike, Tina experimentou sabores bem mais amargos. 

Abusos físicos, emocionais, financeiros e muitos outros, marcaram a vida desse casal. Não foram poucas as vezes que ela se apresentou tendo que disfarçar os hematomas em seu corpo, especialmente no rosto.

Ike responsabilizava Tina pelo declínio de sua carreira artística, já que desde o princípio ela foi vista como uma potencial estrela da música. E isso foi demais para ele suportar. O ciúme e, por que não, a inveja do companheiro fizeram a vida de Tina se tornar um inferno paralelo.

Esse filme apresentou ao mundo o drama da artista, conhecida também como a Rainha do Rock, que foi ícone da música pop dos anos de 1970 até hoje. Ao longo desses anos, Tina se reinventou várias vezes e emplacou inúmeros sucessos.

É impossível não se emocionar assistindo esse filme, porque se percebe o quão difícil é colocar um ponto final numa relação abusiva. São muitos afetos, alguns até bem difíceis de explicar com palavras. 

A condição socioeconômica pouco importa nesse contexto, mulheres pobres ou ricas são potenciais vítimas de abusadores porque muitas vezes elas vêm de uma educação emocional precária, que as leva a acreditar que não são capazes de viver relacionamentos saudáveis e acreditam ser “normais” as violências que sofrem.

Mas Tina Tuner é mais que essa história de dor e sofrimento. Afinal ela conseguiu se libertar do abusador depois de 18 anos de um casamento turbulento. Deu a volta por cima e produziu sua arte de maneira brilhante.

O sorriso largo e a voz única de Tina seguirão encantando pessoas ao redor do mundo por todos os tempos. Haverá sempre uma canção dela para lembrar de um momento com alguém especial, ou consigo mesma.

Foi-se o corpo físico e o mundo ficou marcado para sempre pela estrela Tina Tuner.
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