O brasileiro sempre teve a cultura de investir em imóveis. É senso comum que esse tipo de ativo traz uma sensação de segurança e um potencial de retorno interessante ao investidor.
Essa idéia foi disseminada há tempos atrás devido à falta de outras opções de investimentos acessíveis à época, principalmente no mercado financeiro. Quase ninguém ouvia falar de tesouro direto, por exemplo, programa que permite a compra de títulos públicos federais por pessoas físicas, considerados hoje em dia os investimentos financeiros mais seguros do mercado.
Um outro aspecto que ajudou a popularizar os imóveis no Brasil foi o receio histórico sobre os rumos da economia doméstica. O país se deparou por anos com cenários de hiperinflação e o investimento em imóveis acabou sendo visto como uma forma de manter o patrimônio seguro diante da disparada dos preços e da incerteza inflacionária.
Com o surgimento dos fundos imobiliários (FII’s), disponíveis no mercado financeiro pela bolsa de valores e acessíveis a qualquer investidor pessoa física, o investimento em imóveis se tornou mais prático e mais barato. Os FII’s ajudaram a democratizar o acesso ao mercado imobiliário. A partir de R$100,00, qualquer pessoa consegue comprar uma cota de um fundo imobiliário listado em bolsa, tornando-se, assim, cotista de um fundo e, ao mesmo tempo, proprietário de grandes empreendimentos de forma fracionada, sem a necessidade de dispor de uma grandiosa quantia para comprar um imóvel inteiro – como ocorre com o imóvel físico.
Por ser um ativo de renda variável, da mesma forma que os imóveis físicos, o preço de sua cota também pode valorizar ou depreciar diariamente de acordo com os fatores que o influenciam no mercado imobiliário: liquidez, vacância, infraestrutura urbana, fluxo de caixa do fundo, qualidade dos inquilinos, taxas de juros, inflação, etc. Por isso, é um tipo de investimento voltado para investidores com perfil agressivo e para o longo prazo.
Uma outra similaridade com o imóvel físico é o pagamento de aluguel mensal. Os fundos imobiliários, por legislação, são obrigados a distribuir 95%, no mínimo, de seus lucros em forma de rendimentos. Uma boa carteira de FII’s atualmente paga em média 0,8% ao mês de rentabilidade, com a vantagem de os FII`s serem isentos de tributação sobre esses aluguéis.
Isso significa que, ao possuir uma carteira de R$150mil reais de fundos imobiliários bem selecionados e com diversificação, por exemplo, em fundos de tijolo e de papel (recebíveis imobiliários), você receberia R$1.200,00 reais todo mês de renda de aluguel, livre de imposto de renda.
Outro ponto importante é que como os contratos dos FII’s são indexados ao IGPM ou ao IPCA, à medida que esses indicadores de inflação aumentam, maior é o efeito positivo nos rendimentos pagos aos cotistas e gera uma reposição inflacionária aos investidores desses fundos.
Ao investir em fundo imobiliário você tem a praticidade de delegar a administração de sua carteira imobiliária a um gestor especializado, que é quem vai às compras por você, em busca dos imóveis com as melhores perspectivas de rentabilidade no longo prazo ou de papéis com maior potencial de retorno em forma de renda mensal.
Você só tem o trabalho de ir ao home broker da sua corretora escolher bons FII´s para deixar seu dinheiro (não imobilizado) trabalhando para você. Além disso, você também conta com maior liquidez, já que por ser negociado em bolsa, milhares de outros investidores podem se interessar pelo seu ativo e, ao vender sua cota, o valor estará disponível em sua conta em até 3 dias úteis (o que para o imóvel físico pode demorar meses), sem precisar se desfazer de todas as cotas de uma só vez e assim, continuar recebendo os aluguéis mensais com os ativos restantes da carteira.
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