Iniciado em janeiro de 2021, o projeto Skate Comunitário da Matinha - antigo nome do atual bairro de Fátima e mantido pelo projeto em homenagem aos antigos moradores - é composto atualmente por 9 integrantes, sendo 3 meninos e 6 meninas. A Elrriene de Lima, de 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio, é uma das praticantes do esporte e quer unir o sonho de cursar moda ao de participar de uma grande competição do esporte.
“Desde bem pequena eu sempre gostei de skate e da modalidade, porém eu nunca tive a chance que hoje eu tenho. Então, eu quero poder melhorar cada vez mais e mostrar que esse esporte é para todos e que ele pode transformar vidas. Para mim a pista de skate se tornou o lugar onde eu posso recarregar minha bateria para lidar com os outros problemas. Eu consigo ser livre e feliz quando ando de skate. E eu tenho um grande sonho de participar da competição Dolores Hill Bomb, que é um estilo avançado que acontece todo ano fora do país. Um dia eu vou estar lá”, afirmou a menina que foi uma das beneficiadas com um tênis doados.
O coordenador do projeto é o professor de sociologia Alexandre Blanco, mas para formatá-lo ele teve ajuda de artistas amigos que gostam de andar de skate e acabaram fazendo doações. Ele conta que as crianças e adolescentes, com idade entre 9 e 17 anos, são oriundas dos bairros de Fátima, Pedreira e Umarizal. “O objetivo do projeto é apresentar o skate como ferramenta de inclusão social e também trazer o skate para a realidade dessas crianças e adolescentes que o viam pela televisão ou nas revistas. Queremos trabalhar a cidadania, falar de gênero e sobre a história da cidade, porque nós andamos pelas calçadas e praças. Além disso, eu ensino a parte teórica e histórica da modalidade esportiva”, explicou.
Atualmente, o projeto que conta com a força das meninas já possui um título adquirido no circuito paraense chamado “Eu, Dudu e o Skate” pela aluna Bárbara Letícia, de 17 anos. “Ela nos deu muito orgulho com o resultado e também serve como exemplo para outras mulheres e meninas que andam de skate. É muito gratificante e importante nós termos um avanço da presença feminina nessa modalidade esportiva”, assegurou Blanco.
Para continuar crescendo o projeto, de cunho social e voluntário, precisa de tênis, especialmente nos tamanhos 35 e 36 - já que é para as meninas - mas que sejam com solados emborrachados, de camurça, ou seja, adequados para a prática. “Eu tive a sorte de ganhar o meu, mas minhas amigas também precisam. Seria bom que todas tivéssemos para melhorar nosso desempenho”, lamentou Elrriene de Lima.
Segundo o coordenador, outros equipamentos são necessários, mas os tênis que custam entre R$ 250 e R$ 350 representam a maior necessidade atualmente para as meninas. “A gente quer fazer da Matinha, um bairro de skatistas e, para isso, já contamos com o abraço da comunidade que ajuda como pode o projeto, mas nós precisamos de mais porque daqui podem sair outras Rayssas que é uma grande inspiração para essas meninas, que já sonham em participar das Olimpíadas”, acrescentou.
Doações
Os tênis e demais acessórios podem ser encaminhados ao coordenador Alexandre Blanco no número (91) 98155-7359.