29/06/2023 às 10h37min - Atualizada em 29/06/2023 às 10h37min

Socióloga denuncia casos de violação aos Direitos Humanos no Pará ao conselho da ONU, na Suíça

Ativista paraense denuncia casos de violência contra mulher e ameaçadas a ambientalistas no Pará.

Carlos Yury

Divulgação
Casos de violações de Direitos Humanos no Estado do Pará serão levadas ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) na 53ª Sessão, realizada até final do mês de junho em Genebra, na Suíça.

As denúncias serão levadas pela socióloga e ativista de Direitos Humanos, Rafaela Cunha. O primeiro caso abordado diz respeito aos alarmantes índices de feminicídio no município de Ananindeua, na Grande Belém. Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, divulgados em 2017, Ananindeua lidera o ranking nacional de mortes de mulheres no país, com uma média de 21,9 homicídios para cada 100 mil habitantes.

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A socióloga aponta duas denúncias, uma delas diz respeito aos alarmantes índices de feminicídio no município de Ananindeua, na Grande Belém. Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, divulgados em 2017, Ananindeua lidera o ranking nacional de mortes de mulheres no país, com uma média de 21,9 homicídios para cada 100 mil habitantes.

O segundo caso apresentado refere-se às ameaças de morte enfrentadas por lideranças do movimento socioambiental na Amazônia, com destaque para o caso da liderança quilombola Natália Teófilo, que sofre ameaças de grileiros e garimpeiros no município de Anapu.

Rafaela Cunha faz parte do Coletivo Elzas de Ananindeua, um grupo que luta pelos direitos das mulheres negras nas periferias do município, promovendo iniciativas que fortalecem as mulheres por meio de geração de renda, capacitação e engajamento. Ela participou de um curso para defensores de Direitos Humanos promovido pelo Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH) e foi selecionada no Edital Ecoar do IDDH, uma rede de advocacy internacional que busca pressionar e influenciar políticas públicas e alocar recursos para questões relevantes do Brasil no cenário internacional.

A socióloga a ativista diz que essa realidade afeta especialmente mulheres negras, periféricas e em situação de vulnerabilidade econômica. "São fundamentais esforços conjuntos entre políticas públicas e organizações para combater os assassinatos de mulheres pelo simples fato de serem mulheres", destaca.

Reunião com a ONU - Juntamente com representantes de outras duas organizações do nordeste brasileiro, Rafaela apresentará as denúncias de violação de Direitos Humanos na 53ª Reunião Regular do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Essa participação é fundamental para dialogar sobre temas em que o Coletivo Elzas atua, e permitirá apresentar casos específicos da região amazônica, especialmente do Estado do Pará, que lidera diversas estatísticas de violações de Direitos Humanos na Amazônia", diz Rafaela.

Durante a semana, os ativistas terão reuniões paralelas com peritos da ONU, representantes do governo brasileiro e grupos de trabalho sobre a violação aos defensores de Direitos Humanos do Norte e Nordeste do Brasil, visando promover incidência política e buscar soluções para as questões abordadas.

 

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