17/04/2023 às 01h32min - Atualizada em 17/04/2023 às 01h32min

Presidente Lula erra ao dizer que Rússia e Ucrânia decidiram iniciar a guerra. Ucrânia é a vítima e a Rússia a invasora

Presidente Lula
Para início de conversa, a Ucrânia é vítima da Rússia numa guerra não desejada pelos ucranianos.

O presidente Lula erra feio ao dizer que a decisão para iniciar a guerra foi tomada por ambos os países, Ucrânia e Rússia. Aliás, mais do que um erro crasso, essa afirmação é um exemplo claro de contradição do presidente Lula.


Não é de hoje que Lula defende a autodeterminação dos povos quando é questionado sobre as ditaduras de esquerda, especialmente na América Latina. Lula defende que cada povo tem o direito de escolher e lutar pelos seus rumos. Ora, se é esse o entendimento do presidente, então jamais poderá compactuar que um país (Rússia) invada o outro (Ucrânia) e isso seja relativizado.

Alas do próprio Partido dos Trabalhadores, o maior partido de esquerda da América Latina, ainda não conseguiram se despir de conceitos ultrapassados do mundo bipolar da guerra fria e teimam em viver aprisionados numa bolha ideológica que nada contribui para tentar resolver os problemas atuais da sociedade.

O presidente Lula é experiente o suficiente para saber que pode muito bem tratar dos interesses comerciais do Brasil com a China sem precisar dar caneladas em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo.

 

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É importante lembrar que, em 2022, quando o Brasil estava vivendo a ameaça real de um golpe militar articulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro com membro da alta cúpula das Forças Armadas, os Estados Unidos fizeram movimentos importantes para inibir a sanha golpista de Bolsonaro e os militares, como foi o caso da aprovação, pelo Senado dos Estados Unidos, em 28/8, da recomendação de romper com o Brasil em caso de golpe, bem como o fato de o presidente Joe Biden parabenizar, imediatamente após  conclusão dos resultados das urnas, o então candidato eleito, Luís Inácio Lula da Silva, em 30/10/2022.

O presidente Lula erra e comete uma grande contradição quando tenta se colocar como um agente político agregador que pretende buscar outras lideranças para, juntos, buscarem a paz; contudo, ao mesmo tempo, promove discurso colocando Rússia e Ucrânia como protagonistas para o início da guerra, quando, na verdade, a Rússia é o país invasor.

Lula erra ao afirmar que a guerra só interessa aos dois (Rússia e Ucrânia).

Nas relações diplomáticas, especialmente quando se está falando de um assunto de dimensões planetárias e de extrema gravidade, que envolve o risco de uso de bombas nucleares, as palavras precisam ser milimetricamente postas e as falas improvisadas do presidente Lula em entrevistas não estão sendo nada cautelosas ou pacificadoras. Ao contrário, só depõem contra o Brasil.

É preciso ter cuidado para que a boa intensão de tentar falar sobre a paz (o que é sempre importante) não acabe se transformando num grande problema para os interesses do Brasil.


 

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