Segundo o sindicato, mesmo com as garagens abertas, rodoviários não estão indo trabalhar por adesão à greve
No segundo dia de paralisação dos rodoviários da Região Metropolitana de Belém, a população está tendo que se virar para chegar ao trabalho. Isso porque, o que se vê ainda são poucos ônibus circulando nas ruas. Ontem, 3, uma liminar da justiça determinou a circulação de pelo menos 40% da frota de ônibus da Região Metropolitana de Belém, sujeito à multa de R$ 10 mil para o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Empresas de Transportes Coletivos de Passageiros de Belém (Sintrebel).
O presidente do Sintrebel, Altair Brandão, afirma que o sindicato está cumprindo a determinação da justiça. Vídeos gravados pelo sindicato mostram a movimentação em frente às garagens das empresas de ônibus, que estão abertas e sem obstrução. Em um dos registros, um sindicalista mostra a garagem da empresa de transporte Transurb. No vídeo, representante do sindicato conta que mesmo com as portas abertas, os rodoviários não estão indo trabalhar por adesão à greve. “Os ônibus da Transurb estão tudo aqui esperando motorista e cobrador pra trabalhar, mas até o presente momento não apareceu ninguém. A empresa tá 100% parada. Não tem nada obstruindo a porta da garagem, estamos no aguardo para o sindicato cumprir a determinação de rodar os 40%”, diz o rodoviário.
Mesmo com o sindicato afirmando que está cumprindo a liminar, ainda se vê poucos ônibus nas ruas. A esteticista Nayara Lima conta que até tentou pegar ônibus para trabalhar, mas acabou pegando um transporte de aplicativo. “Eu fiquei esperando e não vi nenhum ônibus na rua, já era quase 8h, tava demorando muito e como eu já tava atrasada achei melhor pegar logo um moto uber. Até que consegui um bom preço, é mais caro que o ônibus, só que melhor do que ficar esperando o ônibus que nem sei se vai passar”, contou.
A paralisação
Os trabalhadores rodoviários estão em greve desde esta terça-feira, 3. Eles reivindicam as perdas causadas pela inflação, que chegam a 12%, valor superior aos aumentos propostos pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) que foi de 4%. De acordo com o Setransbel, o reajuste pedido só seria possível se o poder público conceder desonerações relativas ao ISS, taxa de gerenciamento e ICMS Diesel, pois o prejuízo mensal ao sistema está calculado hoje em R$12 milhões. O sindicato dos rodoviários reforça que enquanto as reivindicações não forem atendidas, a categoria vai continuar em greve nos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba.