11/04/2023 às 14h41min - Atualizada em 11/04/2023 às 14h41min

100 dias de Governo: o Brasil expulsa a barbárie e abre as portas à normalidade institucional, e todas suas imperfeições

Em 100 dias oficiais de Governo Lula, o Brasil volta a respirar ares de estabilidade institucional entre os Poderes constituídos e entre as instituições e suas respectivas autoridades públicas. Mas esses 100 dias de Governo não podem ser avaliados apenas pelos pontos positivos ou negativos que eventualmente o caracterizem, pois no dia 8/01/2023 tivemos uma tentativa frustrada de golpe com a invasão das sedes dos três poderes como resultado de uma engrenagem política instalada ao longo dos últimos 4 anos.

Era de conhecimento público, até mesmo daqueles mais críticos do presidente Lula, que somente ele, Lula, poderia ter força político-eleitoral suficiente para impedir a instalação de um governo autocrata que provavelmente se estabeleceria caso o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse reeleito.


E foi justamente nesse ponto comum, a democracia, que forças até então concorrentes/divergentes decidiram se unir ou declarar apoio à candidatura de Lula para o enfrentamento não apenas da candidatura de Jair Bolsonaro, mas de toda uma poderosíssima estrutura da máquina pública que seria (e foi) usada na campanha eleitoral em prol da reeleição.

É errado dizer que Lula ganhou a eleição com apenas 1,8% (um vírgula oito por cento) dos votos. Na verdade, Lula ganhou a eleição com incrível diferença de 1,8% dos votos, mesmo com o gigantesco gasto de verba pública e utilização do aparato estatal em prol da reeleição de Jair Bolsonaro, com clara afronta à legislação eleitoral.

 

Não! Bolsonaro e o bolsonarismo jamais poderão representar uma opção viável para o Brasil, para o bem da Democracia.



Dentro dos 100 dias oficiais de Governo, a garantia do estado democrático de direito, sem dúvida, é o maior de todos os pontos positivos que se pode destacar, com uma ressalva especial: desde 01/01/2023, os três Poderes da República estão de mãos dadas pela permanência da democracia.  

É certo que todos aqueles que assumem o poder não gostam de ver críticas contra seu governo, e esse inconformismo é natural e faz parte do jogo democrático. Por outro lado, veículos de comunicação são feitos por pessoas e as pessoas têm suas preferências políticas e ideológicas, além dos seus interesses comerciais, e essas preferências e interesses serão transmitidos para os conteúdos publicados, e isso também faz parte do jogo democrático, da liberdade de imprensa e empresarial, a despeito do conceito errado (e muitas vezes apenas manipulador) que muitos ainda têm ou propagam sobre a (inexistente) imparcialidade da imprensa.

Feitas algumas pontuações sobre regras reais de convivência entre alguns atores da política nacional (agentes públicos, imprensa e setor privado), o Jornal Pará entende que o Governo Lula possui muito mais pontos positivos do que negativos nesses 100 dias oficiais de governo.

Além disso, não se pode esquecer do fato de o presidente Lula e membros da sua equipe de campanha terem assumido, de fato, os rumos das políticas públicas nacionais desde o dia seguinte ao 2º turno, quando o então presidente da República, Jair Bolsonaro, optou por se recolher num quarto escuro do Palácio da Alvorada para chorar a derrota nas urnas, culminando, desde então, na entrega tácita do comando do país aos vitoriosos na eleição.

No mais, é evidente a brutal diferença entre o que se vive no Brasil com o atual Governo quando comparado com a barbárie civilizatória pela qual passava o país nos últimos 4 anos de Jair Bolsonaro, que conduzia o país para algo terrivelmente inimaginável, caso ocorresse a reeleição do ex-presidente.

Embora o Governo do presidente Lula ainda não tenha tido tempo nem mesmo para se instalar por completo, faltando ainda completar sua equipe nos segundo e terceiro escalões, ao longo desses 100 dias já teve duríssimas críticas direcionadas contra si, muitas vezes injustas e impulsionadas por fortes agentes econômicos que não querem perder seus privilégios, mas as réplicas do Governo nem de longe se comparam com aquelas que se presenciava até pouco tempo dentro do cercadinho mais insano da República, de onde emanaram inúmeras desinformações e ataques contra instituições e autoridades públicas, que só desonravam a imagem institucional do mais alto cargo da República Federativa do Brasil.

O presidente Lula sabe que não pode esperar “boa vontade” da imprensa, muito menos da oposição (ou então não seria oposição). É preciso trabalhar duro e mostrar resultados, sabendo que ainda assim não terá aplausos destes agentes, mas possivelmente terá de parcela significativa da população que foi ignorada pelo Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, ou seja, a população mais vulnerável economicamente.

Quando se lê críticas segundo a qual o presidente Lula, em 100 dias, “apenas” voltou com os programas sociais criados pelos Governos petistas no passado, numa tentativa de minimizar tão importantes resgates, tendo em vista o completo desmonte realizado pelo governo anterior, constata-se, na verdade, uma lamentável insensibilidade humanista de tais agentes ativos no debate nacional, inclusive a imprensa, os quais já demonstraram ao longo dos anos que dificilmente terão posturas compatíveis com o conceito de empatia social, especialmente por conta dos interesses dos grupos econômicos que defendem.

Por fim, é bom ver os atores da vida política nacional voltarem a debater os assuntos e defender seus interesses sem que o presidente da República replique as críticas com agressões diretas, chulas, ameaçadoras e golpistas. A democracia faz bem ao Brasil e aos brasileiros. 

 
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