31/10/2022 às 20h32min - Atualizada em 31/10/2022 às 20h32min

Articulações políticas do novo governo visarão garantir tranquilidade na sucessão

Foto: Ricardo Stuckert/PT
Eleito neste domingo (30), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe terão entre os primeiros passos na economia o desafio de fazer articulações políticas que permitam uma solução concreta para o Orçamento de 2023.

Para isso, é preciso negociar uma licença para gastar no primeiro ano de governo e abrir caminho para cumprir promessas de campanha, como a preservação de um pagamento mínimo de R$ 600 do Auxilio Brasil. A necessidade de assegurar recursos aos mais fragilizados foi reforçada por Lula em discurso feito logo após a vitória nas urnas neste domingo (30), com ênfase no combate à extrema pobreza e ao fim da fome. 


O problema fiscal será um dos principais desafios, mas ainda é uma interrogação para o futuro governo. O cenário econômico e comercial externo, com a alta dos combustíveis e dos alimentos, não deverá ajudar a redução de inflação e a volta ao crescimento sustentado.

A aprovação das reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, mostrarão o grau de compromisso com o avanço na direção de uma economia mais dinâmica. O agronegócio, apoiador de Bolsonaro, terá de receber segurança de que a violência no campo não deverá ocorrer. Políticas de reindustrialização serão cobradas pelo setor privado.

O relator do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (PMDB-PI), terá na próxima quinta-feira a primeira reunião com o senador eleito Wellington Dias (PI), que será o interlocutor da equipe de Lula. Castro tem se mostrado à disposição do PT para fazer um parecer em linha com as demandas do partido. A maior delas é manter o Auxílio Brasil em R$ 600, já que o benefício nesse valor só vale até dezembro. Essa questão, portanto, precisa ser negociada por Lula antes mesmo de tomar posse.

O diagnóstico da equipe de Lula é de que o Orçamento da forma como foi enviado pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), em agosto, não se sustenta e precisará ser recomposto em uma série de áreas, como educação, saúde e investimentos públicos.

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