De volta à natureza: mais de 3 mil filhotes de “tracajá” são soltos em Juruti

A soltura foi feita pela própria comunidade na Área de Proteção Ambiental (APA) Jará

Mayron Gouvêa
11/04/2022 13h47 - Atualizado em 11/04/2022 às 13h47

De volta à natureza: mais de 3 mil filhotes de “tracajá” são soltos em Juruti
Foto: Prefeitura de Juruti

Os mais de 3 mil filhotes de quelônios, nome científico dos tracajás, foram soltos nas águas que circundam o rio Amazonas pela comunidade Laguinho, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Jará, no município de Juruti, oeste paraense. Feita de forma voluntária por iniciativa da própria comunidade, a soltura realizada desde 2003 aconteceu neste domingo (10) com o maior número de filhotes devolvidos à natureza. “Temos uma planilha que anotamos quantos nascem, quantos morrem e a quantidade no tanque também”, esclarece Jorge Guimarães, morador da APA na qual atua como conselheiro e responsável pelo manejo da espécie.


Anualmente, todo processo de devolução à natureza inicia em setembro, período em que os tracajás põem os ovos na areia. Depois disso, o responsável pelo manejo e outros cinco moradores fazem o recolhimento dos ovos das praias e levam para uma chocadeira artificial, construída pela comunidade. “Logo após, anotamos o dia que foi coletado e observamos a incubação e a eclosão, que é um dos momentos mais emocionantes. São 60 dias até eles nascerem. E aí levamos para o reservatório, onde eles crescem antes de serem soltos”, explica Jorge.


O programa Manejo de Quelônios de Juruti, instituído por lei municipal em 2013, é acompanhado em todas as etapas pela prefeitura por meio Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Contudo, segundo a titular da pasta, o protagonismo da comunidade é fundamental para o sucesso da soltura dos quelônios. “Os moradores realizam essa atividade, e nós a formalizamos para acompanhar. Fazemos o levantamento de todos os materiais que as comunidades vão precisar e damos apoio logístico e de infraestrutura, como por exemplo, a instalação da bomba para puxar água do rio para o reservatório.

Fazemos ainda visitas de campo, treinamentos com explicação de todos os conceitos do programa e de técnicas de manejo e acompanhamos até a soltura”, comenta Nayme Lopes.

 

Crescimento do projeto 
 

Desde 2013, ano de criação do programa, o número de comunidades envolvidas no programa saltou de 16 para 35, fazendo com que o total de filhotes de quelônios soltos em Juruti passasse de 8 mil em 2020 para mais de 45 mil em 2022. 


O quelônio, popularmente conhecido como tracajá, é uma espécie do bioma Amazônia, podendo ser encontrado no Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Ela é uma espécie vulnerável e quase ameaçada de extinção devido à forte pressão de caça.

 

APA Jará em Juruti
 

A Área de Proteção Ambiental Jará é uma Unidade de Conservação de uso sustentável, prevista em nossa legislação, localizada próxima à zona urbana de Juruti, aqui no Pará, criada pelo Decreto Municipal nº 4.174, em 3 de dezembro de 2019. 


A finalidade da APA é proteger a biodiversidade, organizar o processo de ocupação do território e promover a sustentabilidade no uso dos recursos naturais (água, peixes, bacaba, etc.) para melhorar a qualidade de vida da população local. 


A APA Jará possui quase 5 mil hectares de extensão, incluindo os lagos Jará, Tucunaré, Laguinho e margem esquerda do Curumucuri, onde moram cerca de 120 famílias. 

Além da prefeitura local, o programa conta também com o apoio do Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon) e da Fundação Alcoa.


FONTE: com informações da assessoria de imprensa
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