Consumidor paraense tem conta de luz com preços acima da inflação e com valores maiores que outros clientes da Equatorial no Brasil, em paradoxo a isso o Pará é o 2° maior gerador de energia elétrica no país com capacidade de produção atual de mais de 22 MW, segundo dados do Anuário Estatístico de Energia Elétrica, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ficando atrás somente do estado de São Paulo.
De acordo com levantamento divulgado em 2021 pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), o valor do MWh cobrado pela Equatorial Energia do consumidor paraense é de R$ 816. Nos demais estados onde a companhia atua os valores chegam a ser até 61% menores. No estado do Piauí, por exemplo, a tarifa final na conta de luz foi calculada em R$ 672 por MWh, no Maranhão é de R$ 646, em Alagoas de R$ 632, enquanto no Amapá o valor praticado é de R$ 506 o MWh. As diferenças ocorrem porque a formação do preço no setor inclui uma gama de componentes entrelaçados que escapa ao senso comum.
A própria tarifa final, que aparece na conta de luz, é a soma de duas outras tarifas, distintas entre si: a Tusd (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e a TE (Tarifa de Energia). Ambas, por sua vez, são compostas por elementos que também variam. Regras para pagamentos de subsídios e números de consumidores por área estão entre os fatores que alteram o valor final, de forma diferente entre as 53 distribuidoras do país.
Pará tem a energia mais cara do Brasil
A tarifa mais elevada para o consumidor é a do Pará, segundo o ranking da Aneel, atualizado esse ano, com valor de R$ 0,879 por KWh. Já a média nacional é de R$ 0,677 por KWh, o que significa que os paraenses pagam cerca de 59% a mais que os consumidores de outras regiões. Segundo a Aneel a tarifa do estado não deve ser alterada, já que o processo tarifário deste ano foi definido e está em vigor desde o último dia 7 de agosto. E informou ainda que composição da tarifa leva em conta custos com distribuição (32,6%), tributos (28,4%), energia (24,4%), encargos setoriais (7,4%) e transmissão (7,2%). Outro fator que contribui para o custo da tarifa no Pará são as perdas não técnicas (furtos, fraudes, "gatos" de energia)”.
Multiplicidade de valores
O preço pago na compra da energia é um elemento importante para explicar a multiplicidade de valores. Porém a localização das empresas, longe ou perto de usinas geradoras, não faz a menor diferença nisso. Pela legislação atual, as distribuidoras não têm autonomia para escolher de quem vai comprar.