Aurélio havia assumido o Partido Liberal de Parauapebas no último dia 15 de março, mas ficou na presidência apenas 6 dias.
Para tentar explicar o que aconteceu para ter sido retirado (ou expulso) da presidência do PL em tão curto espaço de tempo, Aurélio fez uma live na frente da delegacia de Parauapebas, no sábado, 23/3, e expos as vísceras do PL municipal, estadual e nacional, inclusive desafiando o presidente estadual, Deputado Federal Eder Mauro.
Descontentamento com Jair Bolsonaro e Michele Bolsonaro
Mesmo querendo suavizar nas palavras na gravação do vídeo, no intuito de não perder apoio dos bolsonaristas, foi nítido o descontentamento de Aurélio Goiano com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a esposa de Jair, Michele Bolsonaro, a grande responsável pela destituição de Aurélio da presidência do PL, segundo vários apoiadores do parlamentar.
Nas redes sociais, apoiadores de Aurélio Goiano colocaram Michele Bolsonaro como alvo de ataques por conta da sua interferência no PL de Parauapebas.
Michele Bolsonaro como responsável por retirar a residência do PL das mãos de Aurélio Goiano
As informações de bastidores sobre a dissolução do PL de Parauapebas são de que um grupo político dissidente do PL levou até Michele Bolsonaro um dossiê de Aurélio Goiano no qual relatava supostas ameaças e possíveis agressões de Aurélio com ex-companheiras, o que foi negado por Aurélio Goiano na live.
Indignada com o conteúdo que possuía em mãos, Michele Bolsonaro teria comprado a briga para expulsar Aurélio Goiano das fileiras do PL, começando por dissolver a direção do PL de Parauapebas.
Pessoas próximas do PL nacional comentam que Michele Bolsonaro determinou a Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, que destituísse imediatamente o PL de Parauapebas e proibiu seu marido, Jair Bolsonaro, de vincular sua imagem a Aurélio Goiano, pois isso contraria o que ela pretende fazer a frente do PL Mulher pelo Brasil.
Nas palavras de assessores do PL nacional, Aurélio Goiano se tornou persona non grata no PL e para o clã Bolsonaro.
Arma na cintura e discurso vitimista (mimimi)
Após a veiculação da live pelas redes sociais, um detalhe chamou atenção das pessoas: foi o fato de o Vereador Aurélio Goiano estar aparentemente usando uma arma de fogo em sua cintura, por baixo do colete que costuma usar. Veja no vídeo abaixo:
Sendo verdade, chama atenção o fato de o parlamentar estar portando arma de fogo dentro de uma delegacia.
Na live, Aurélio Goiano se mostrou indignado com a atuação de seus ex-aliados políticos e avisou que na próxima sessão da Câmara de Vereadores vai expor cada um dos seus desafetos internos e mencionou nominalmente sua ex-sogra, Cíntia, e o ex-candidato Júlio Cesar.
Agentes políticos de Parauapebas ouvidos pelo Jornal Pará comentaram que não entenderam o motivo de Aurélio Goiano querer direcionar o seu discurso contra o Governo municipal, num típico discurso vitimista, querendo se colocar como perseguido do sistema.
A incompreensão se dá pelo fato de Aurélio Goiano estar falando justamente das brigas do seu próprio grupo político, ou seja, Aurélio Goiano estava falando das pessoas que sempre o ajudaram a fazer oposição ao Governo municipal. Então não fazia sentido abrir uma live expondo as brigas internas do seu próprio partido e, ao final, se fazer de “vítima do sistema”, atribuindo responsabilidade a terceiros sobre questões internas.
Para um agente político ouvido pela equipe do Jornal Pará, Aurélio Goiano estava praticando justamente aquilo que o ex-presidente Jair Bolsonaro sempre comentava na época mais trágica da pandemia: vão ficar chorando até quando? Chega de mimimi.
Em outras palavras, o observador entendeu que Aurélio Goiano virou aquilo que os bolsonaristas sempre criticavam: virou um mimizento.
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