O vereador Júnior Garra (PDT) foi preso na manhã desta quinta-feira (21) em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. Ele é acusado de impedir o trabalho da Polícia Militar após a prisão de seu primo, Robson, que teria ameaçado de morte um funcionário da propriedade rural do político.
Os fatos que levaram à prisão do vereador começaram na quarta-feira (20), quando Mauro Ferreira, funcionário da fazenda, procurou a Polícia Civil para denunciar as ameaças de Robson. De acordo com o relato da vítima, Robson teria apontado uma arma para ele e feito ameaças de morte após ser repreendido pelo vereador por não estar auxiliando nos serviços da terra.
A Polícia Militar foi acionada e foi ao local para interpelar Robson que acabou fugindo. Ao ser informado da confusão, Júnior Garra teria ido até o local para tentar impedir que Robson fosse levado para a prisão. Ele teria discutido com os policiais e tentado impedir que eles cumprissem as diligencias.
O vereador foi preso em flagrante por desobediência e resistência à prisão. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Canaã dos Carajás.
Essa não é a primeira vez que o vereador é preso. Em novembro de 2019, o parlamentar foi acusado de cometer crime eleitoral e ficou preso por 13 dias.
Polícia - De acordo com o cabo Fabio Castro, que comandou a ação, foi encontrada uma bolsa contendo munições calibre 12, da qua, Robson teria se livrado durante a fuga na mata. A arma, entretanto, não foi localizada.
Ainda segundo o cabo, o vereador chegou e começou a acusar os policiais de terem agredido Robson, o que é negado pelo militar. Ao desacatar a guarnição, o político teria recebido voz de prisão, mas resistiu a ela, se jogando no chão. “Tivemos que medir força com ele para poder algemar e isso tá tudo registrado pela imprensa que acompanhou ele na hora”, comentou Castro.
O outro lado - A imprensa local de Canaã dos Carajás, na delgacia informou que o vereador alegou que não tentou impedir o trabalho da Polícia Militar. Ele diz ter sido chamado ao local por uma vizinha após ouvir tiros. Segundo Junior, ele se identificou aos militares e questionou se eles haviam agredido o primo, ao ver Robson supostamente ensanguentado.
Os militares teriam passado a questionar se ele os estava acusando e tentaram algemá-lo, ato que ele também diz ter questionado. “Apertaram algema no máximo que deram conta, me colocaram dentro da viatura, puxaram pelo pescoço, pela camisa, me jogaram no chão, pisaram, fizeram o que queriam, depois me jogaram na carroceria da caminhonete e amarraram. Vieram no caminho dando sacolejo e fazendo graça”, afirma.
O vereador disse que pretende representar judicialmente contra os militares por abuso de autoridade e alega que a prisão foi uma perseguição por conta de denúncias que ele vem fazendo no cargo de vereador.
Junior Garra foi solto ainda na tarde de ontem, 21, e usou suas redes sociais para publicar um vídeo falando sobre o ocorrido, confira aqui.
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