Embalagens biodegradáveis feitas com mandioca e caroço de açaí avançam no Pará

Pesquisa da UFPA desenvolve bioplásticos com matérias-primas da Amazônia para reduzir resíduos plásticos

20/06/2025 12h49 - Atualizado há 3 dias

Embalagens biodegradáveis feitas com mandioca e caroço de açaí avançam no Pará
Ag. Pará
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Pesquisadores da UFPA desenvolvem embalagens biodegradáveis a partir da mandioca e do caroço de açaí, aproveitando recursos naturais do Pará para reduzir o impacto dos resíduos plásticos, especialmente nos oceanos. O projeto integra ações voltadas ao desenvolvimento sustentável e à bioeconomia regional, além de contribuir para a formação acadêmica na área.

Uma pesquisa realizada no Pará utiliza dois produtos tradicionais da região — mandioca e caroço de açaí — para a criação de embalagens biodegradáveis, buscando minimizar o impacto dos resíduos plásticos, especialmente nos oceanos. O projeto “Bioembalagens da Amazônia” é conduzido pelo Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia (Laba), vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA), e conta com o suporte de instituições científicas do Estado.

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O estudo tem como foco substituir embalagens plásticas convencionais, derivadas do petróleo, por alternativas sustentáveis feitas a partir do amido da mandioca e do resíduo do caroço de açaí, ambos abundantes no Pará. Além do Laba e da UFPA, participam da iniciativa a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a Universidade do Estado do Pará (Uepa), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).

Foto: divulgação 

O coordenador da pesquisa, professor José de Arimateia Rodrigues, explica que o objetivo é desenvolver protótipos de embalagens que contribuam para a redução do descarte inadequado de plásticos, alinhando a inovação tecnológica com a valorização dos recursos naturais locais e o fortalecimento da bioeconomia regional.

Foto: divulgação

A escolha do açaí e da mandioca como matérias-primas está ligada à importância socioeconômica dos dois produtos para o Pará. O Estado é o maior produtor nacional de açaí, que faz parte da alimentação diária da população, enquanto a mandioca é um alimento básico e um insumo promissor para bioplásticos.

O projeto envolve etapas como análises físico-químicas, produção de filmes biodegradáveis, testes tecnológicos e criação de protótipos com potencial para aplicação industrial.

Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), plásticos compõem 85% dos resíduos encontrados nos oceanos, e a região amazônica enfrenta desafios significativos relacionados à poluição, especialmente nas áreas próximas à foz dos rios. Estudos da UFPA indicam que 98% dos peixes da Amazônia apresentam partículas plásticas em seus organismos, reforçando a importância de iniciativas como essa para o meio ambiente.

Além dos benefícios ambientais, o projeto integra políticas estaduais voltadas ao desenvolvimento sustentável, como a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e a Estratégia Estadual de Bioeconomia, e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, incluindo consumo responsável e proteção da vida aquática e terrestre.

A iniciativa também tem contribuído para a formação acadêmica, envolvendo estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, consolidando-se como um centro de pesquisa na região.

Fonte: Ag. Pará

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