A Polícia Civil do Pará cumpriu mandados de busca, apreensão e internação em quatro municípios durante a segunda fase da operação "Mão de Ferro". A ação, que investigou crimes como indução à automutilação, cyberbullying e compartilhamento de conteúdos ilegais, envolveu apreensão de dispositivos eletrônicos para análise. A operação integra um esforço nacional de combate a organizações criminosas que atuam em ambientes digitais, com foco na proteção de crianças, adolescentes e grupos vulneráveis. Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100 ou 181.
A Polícia Civil do Pará, por meio da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV), do Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e da Diretoria de Polícia do Interior (DPI), deflagrou a segunda etapa da operação "Mão de Ferro". Na última terça-feira (27), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão domiciliar, um mandado de prisão temporária e três mandados de internação provisória, em investigações relacionadas a indução, instigação e auxílio à automutilação e ao suicídio, além de outros crimes digitais.
A ação foi realizada nos municípios de Ananindeua, Barcarena, Marabá e Canaã dos Carajás, coordenada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB), vinculado à Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP), com apoio da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA) de Barcarena, Delegacia de Vila dos Cabanos e Polícia Científica do Pará (PCEPA).
Segundo a delegada Emanuela Amorim, titular da DAV, a operação buscou apreender dispositivos eletrônicos usados pelos adolescentes investigados e combater crimes cometidos por organizações criminosas em ambientes digitais. Entre as práticas apuradas estão apologia ao nazismo, maus-tratos a animais, material de abuso sexual infantil, cyberbullying, ameaças e indução à automutilação e suicídio.
No Pará, foram identificados um adulto e três adolescentes que administravam canais para compartilhamento de conteúdos ilícitos. Durante as diligências, quatro mandados de busca e apreensão e três de internação provisória foram cumpridos. O adulto suspeito segue foragido.
O delegado Mhoab Khayan, superintendente Regional do Baixo Tocantins, destacou que o grupo criminoso atuava em várias redes sociais, divulgando conteúdos de violência extrema e promovendo coação psicológica, ameaças e exposição pública das vítimas, em sua maioria adolescentes.
Foram apreendidos celulares, computadores e mídias externas, que serão submetidos à perícia técnica para aprofundar as investigações, identificar demais envolvidos e mapear a extensão da rede criminosa.
A primeira fase da operação "Mão de Ferro" ocorreu em agosto de 2024, no Mato Grosso, permitindo a identificação de uma rede nacional voltada ao incentivo à automutilação, com registros de adolescentes que apresentavam cortes com nomes de agressores virtuais, conforme explicou o delegado Gabriel Batista, titular do NIP.
A partir dessas descobertas, a operação ampliou-se para 12 estados, incluindo o Pará, com atuação integrada das Polícias Civis, através do trabalho conjunto entre CIBERLAB, DIOPI, SENASP e órgãos estaduais.
A Polícia Civil do Pará reforça o papel de combate a crimes digitais contra crianças, adolescentes e grupos vulneráveis, destacando a importância da cooperação entre os estados para enfrentar organizações criminosas que agem no ambiente virtual.
A população pode colaborar denunciando casos de violência, cyberbullying e outros crimes cibernéticos pelo Disque 100 ou Disque-Denúncia 181 em situações de emergência.
Fonte: PCPA
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