Um estudo divulgado pela Fundação do Câncer no Dia Nacional de Combate ao Câncer, nesta quarta-feira (27), revelou dados preocupantes sobre a relação entre o tabagismo e a letalidade de diversos tipos de câncer no Brasil. A pesquisa analisou sete tipos de câncer fortemente associados ao uso de produtos derivados do tabaco, destacando o impacto devastador dessa prática na saúde pública. Em alguns casos, como no câncer de esôfago, a letalidade chega a alarmantes 98% entre os homens na Região Sudeste.
Letalidade e Regiões Mais Afetadas Os dados apontam que mais da metade dos pacientes diagnosticados com cânceres relacionados ao tabagismo não sobrevivem à doença. Entre os tipos analisados, destacam-se:
Câncer de esôfago: Alta letalidade acima de 80% em quase todas as regiões. Câncer de estômago: 71% de letalidade, com o Norte apresentando o maior índice (83%). Câncer de cavidade oral: Letalidade de 43% em homens e 28% em mulheres, com picos de 52% no Nordeste. Câncer de laringe: Até 88% de letalidade entre mulheres em algumas regiões.
A pesquisa também evidenciou os impactos do tabagismo em cânceres de colo do útero, cólon, reto e bexiga, reforçando que o cigarro não é apenas um dos principais causadores do câncer de pulmão, mas também de outras doenças malignas de alta letalidade.
Causas e Alerta dos Especialistas Segundo o coordenador do estudo, Alfredo Scaff, as substâncias presentes no cigarro, como a nicotina e outros compostos químicos, têm um papel determinante no desenvolvimento desses cânceres. "Todos os cânceres que acometem células epiteliais são fortemente afetados pelos compostos do tabaco", explicou o especialista.
Além disso, Scaff destacou a relação do tabagismo com a redução da imunidade local, facilitando infecções, como as causadas pelo HPV, que potencializam o risco de cânceres como o de colo do útero.
O Impacto na Saúde Pública O câncer é atualmente a segunda maior causa de mortes no Brasil, com 239 mil óbitos registrados em 2022 e estimativa de 704 mil novos casos para 2024, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desses, 17,2% estão diretamente associados ao tabagismo.
A alta letalidade dos cânceres tabaco-relacionados é um reflexo não apenas da agressividade das doenças, mas também das dificuldades no diagnóstico precoce e no acesso ao tratamento, especialmente em regiões mais vulneráveis.
Prevenção é a Chave Os especialistas reforçam que a prevenção e o combate ao tabagismo são essenciais para reduzir a incidência e a mortalidade desses cânceres. Além disso, destacam a importância de programas de vacinação, como contra o HPV, e estratégias de conscientização para desestimular o uso de produtos derivados do tabaco.
O estudo serve como um alerta para a população e autoridades de saúde sobre a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes na luta contra o tabagismo e seus impactos devastadores.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL
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