21/11/2024 às 15h11min - Atualizada em 21/11/2024 às 15h11min

PT pede arquivamento de PL que prevê anistia a envolvidos no golpe de 8 de janeiro

Partido alerta sobre riscos à democracia e ressalta conexões com recentes ameaças extremistas

Ag. Brasil
O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou nesta quarta-feira (20) um requerimento ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pedindo o arquivamento do Projeto de Lei nº 2.858, que propõe anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2022. A medida foi formalizada pela presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), e pelo líder da bancada na Câmara, deputado federal Odair Cunha (PT-MG).

Em nota oficial, o PT considerou a tramitação do projeto “inoportuna” e “inconveniente” para a democracia, especialmente diante de novas revelações sobre ameaças à segurança nacional. O comunicado destacou o atentado a bomba contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília e as investigações que expuseram planos de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.


“A perspectiva de perdão ou impunidade dos envolvidos tem servido de estímulo a indivíduos ou grupos extremistas de extrema direita, o que agrava ainda mais a situação”, argumentaram os parlamentares.

Operação desarticula plano golpista
A movimentação do PT ocorre no contexto da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (19), que desarticulou uma organização criminosa suspeita de planejar um golpe de Estado para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.

Denominado Punhal Verde e Amarelo, o plano incluía o assassinato de Lula, Alckmin e de um ministro do STF. A ação, marcada para o dia 15 de dezembro de 2022, também previa a prisão e execução de autoridades como parte de uma estratégia de tomada de poder.

Entre os envolvidos estão quatro militares do Exército, conhecidos pela atuação nas Forças Especiais, e um agente da própria Polícia Federal. O general da reserva Mário Fernandes e três tenentes-coronéis especializados em táticas de guerrilha foram presos preventivamente, assim como o agente da PF Wladimir Matos Soares.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, destacou a gravidade da trama ao autorizar as prisões. “Essas ações representam um ataque direto às instituições democráticas e à estabilidade do país”, afirmou.

Com as investigações ainda em curso, o PT reforça a necessidade de uma posição firme do Congresso contra qualquer iniciativa que relativize a gravidade dos atos de 8 de janeiro ou promova a impunidade. “A democracia não pode se curvar à violência e ao autoritarismo”, concluiu a nota.

Fonte: AGÊNCIA BRASIL 


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