03/05/2024 às 09h30min - Atualizada em 03/05/2024 às 09h30min
Ex-prefeito de Bagre, 'Gordo' é condenado a devolver R$1,4 milhão que deveria ser usado para educação
Segundo o MP, o ex-gestor também perdeu função pública, teve suspensos os direitos políticos por cinco anos e ainda deve pagar multa civil de R$ 1,4 milhão.
Cledson Farias Lobato Rodrigues, conhecido como Gordo, ex-prefeito de Bagre, no arquipélago do Marajó, foi condenado pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), por improbidade administrativa, com prejuízos aos cofres públicos. Em nota, Cledson informou que irá recorrer.
Segundo o MP, o ex-gestor também perdeu função pública, teve suspensos os direitos políticos por cinco anos e ainda deve pagar multa civil de R$ 1,4 milhão ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O montante havia sido repassado ao município de Bagre para construção de três escolas municipais de ensino fundamental, mas as obras nunca foram concluídas, ainda de acordo com a ação do MPF.
Irregularidades na educação - As irregularidades ocorreram entre 2014 e 2016, conforme apontam as investigações. No período, o FNDE repassou à prefeitura de Bagre cerca de R$ 470 mil para cada escola - equivalente a 50% do custo total das obras, totalizando R$ 1,4 milhão.
Do total, a gestão municipal transferiu cerca de R$ 564 mil para a empresa responsável pelo serviço de construção das três instalações. A destinação do restante da verba permanece desconhecida, sem prestação de contas.
Houve diversos aditivos e o contrato para edificação das escolas expirou em agosto de 2016, sem a entrega das construções.
As apurações do MPF constam que menos de um terço das obras foram concluídas, sendo que as escolas municipais de São João e de Santa Cruz foram paralisadas com 31% de execução e a de Manoel de Souza Castro, com 33%.
“(...) em virtude do grande lapso temporal transcorrido, as obras e materiais de construção no local provavelmente perderam sua funcionalidade, o que demandará mais encargos do Poder Público a fim de finalizar o objeto conveniado”, aponta a ação.
Um parecer técnico aponta que o FNDE confirmou que os objetivos educacionais do termo de compromisso firmado com o município de Bagre não foram cumpridos e que os recursos federais não foram utilizados conforme previsto.
Com isso, as contas da prefeitura foram reprovadas totalmente, prevendo restituição total do valor recebido.
Além da condenação por improbidade administrativa, a sentença judicial confirmou decisão anterior e manteve a indisponibilidade de bens do ex-prefeito no valor do prejuízo causado.
O MPF também havia pedido a condenação por improbidade da empresa contratada e de seu proprietário, o que não foi acolhido na sentença.
Ex-prefeito irá recorrer - Em nota, Cledson Rodrigues se manifestou ao g1. Segundo ele, o então advogado de defesa teria cometido erros que culminaram na condenação, que ele define como "injusta". "O erro e desídia por parte do advogado encarregado de minha defesa prejudicaram seriamente meu caso. Não houve apresentação de defesa, resultando em revelia, além da negligência em outros atos processuais, como a intimação para produção de provas, na qual o prazo transcorreu sem qualquer manifestação", declarou.
O ex-prefeito informou que irá recorrer da condenação. "Estamos tomando todas as medidas cabíveis para recorrer da decisão, confiando plenamente que a verdade será esclarecida e minha inocência será comprovada na apelação. Não medirei esforços para buscar a justiça e reparar este equívoco".
Com informações de g1 e MP
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