22/01/2024 às 13h00min - Atualizada em 22/01/2024 às 13h00min

Paciente do Marajó é o primeiro a receber transplante musculoesquelético no Estado do Pará

A cirurgia de reconstrução ligamentar do joelho aconteceu via SUS, no Hospital Maradei, em Belém. O paciente de 40 anos e morador da região da Ilha do Marajó.

Carlos Yury

Ascom Norte Comunicação
O professor Juan Henrique da Silva, de 40 anos, foi o primeiro paciente do Pará a receber um transplante musculoesquelético.  A cirurgia de alta complexidade ocorreu pelo SUS, na última terça-feira,  16, no Hospital Maradei.

Juan reside no município de São Sebastião da Boa Vista, localizado na região da Ilha do Marajó. Em janeiro do ano passado, sofreu um acidente de moto e rompeu três ligamentos do joelho.

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Segundo o médico que o operou, o ortopedista e especialista em cirurgia de joelho, João Alberto Maradei, o transplante foi para reconstruir, de modo simultâneo, os principais ligamentos do joelho direito do paciente. A cirurgia durou pouco mais de 03h e foi considerada um sucesso.

O ortopedista explica que Juan apresentou um quadro ideal para realização do transplante. "Quando não temos o enxerto do banco de tecidos, a alternativa é retirar os tendões dos dois joelhos do próprio paciente, quando ele autoriza. Ou seja, inclusive do joelho que está bom. Mas Juan rompeu três ligamentos importantes e, com o enxerto doado, a cirurgia foi realizada somente no joelho acidentado, sem retirar enxerto de nenhum de seus joelhos, o que é uma grande vantagem, pois o procedimento torna-se menos agressivo para o paciente, a cirurgia dura menos tempo e a reabilitação é mais rápida.", explica.

O enxerto para o transplante chegou na noite da última segunda-feira, 15, em Belém, proveniente de São Paulo, do Banco de Tecidos Musculoesqueléticos do IOT - Instituto de Ortopedia e Traumatologia  do Hospital das Clínicas da USP.

Juan conta que, após o acidente, passou por tratamento no joelho e voltou a andar, mas ainda sentia muito desconforto, o que restringia algumas de suas atividades. Agora, com o transplante, ele espera recuperar a flexibilidade da perna, caminhar sem dor e voltar a jogar bola com os amigos.




"Espero voltar às minhas atividades normais, mostrar o resultado de todo esse processo e voltar a jogar um futebolzinho, pois tinha medo de jogar e piorar o joelho.", conta com bom humor.

Mas, antes de dar o primeiro chute, o professor precisará passar por um período de pelo menos nove meses de fisioterapia. “É a parte mais demorada do tratamento, mas é necessária para que ele se reabilite bem.”, ressalta o ortopedista.

Sobre o transplante musculoesquelético - O transplante musculoesquelético beneficia pacientes com perdas ósseas decorrentes de traumatismos graves, tumores, deformidades congênitas, lesões ligamentares das articulações, e em alguns casos de troca de próteses articulares, as chamadas revisões de artroplastias (sobretudo do joelho e quadril).

O material para o transplante inclui ossos, tendões, cartilagens, meniscos e demais tecidos responsáveis pela sustentação e movimentação do corpo humano. É proveniente de doadores e é captado, processado, armazenado e distribuído por bancos de tecidos. No Brasil, há apenas cinco bancos de tecidos (nos estados de SP, RJ e RS) para atender hospitais em todo o país.

Quem pode doar tecido musculoesquelético - Estão habilitadas a doar, pessoas entre 10 e 70 anos que não tenham tido doenças infecciosas (transmitidas pelo sangue), câncer ósseo e osteoporose avançada. A doação pode vir de pessoas vivas ou de cadáveres.

Número de pessoas beneficiadas com a doação - Cada doador pode beneficiar cerca de 30 pacientes, ou seja, serão 30 cirurgias realizadas, um número considerado alto pelos especialistas.

No Pará, o Hospital Maradei é o único habilitado a realizar esse tipo de transplante, após passar por rigorosas etapas de certificação no ano passado, envolvendo avaliação da Sesma, da Central Estadual de Transplantes – CET-PA e do Ministério da Saúde.

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