Cerca de 1,5 mil pessoas estão na fila pela doação de órgãos no Pará
No País, há 65 mil pacientes à espera de um órgão novo, um dos maiores números dos últimos 25 anos.
Carlos Yury - com informações de Diário do Pará
31/08/2023 10h03 - Atualizado em 31/08/2023 às 10h30
Sinéia Coelho/SESAB
No Brasil, segundo dados oficiais, há mais de 65 mil pessoas à espera de órgãos, o que representa um dos maiores números dos últimos 25 anos. O tema voltou ao cenário com mais força após a internação do apresentador Fausto Silva, o Faustão, por insuficiência cardíaca. Os médicos que o atenderam revelaram nos últimos dias que Faustão precisa com urgência de um novo coração, e que estava na fila aguardando por um transplante.
No Pará, até o mês de julho deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), havia 1.578 pessoas aguardando pela doação de órgãos. Atualmente, os hospitais do Estado estão habilitados a realizar transplantes de rim e fígado. Já as modalidades de transplantes de tecidos oculares realizados no Pará são Córnea e Esclera.
Neste ano, de janeiro a julho, foram realizados no Pará 301 transplantes de córneas e esclera, 43 de rins, quatro de fígados e 10 medulas, sendo uma delas através do Sistema Único de Saúde (SUS), em julho. Aliás, foi o primeiro transplante de Medula Óssea pelo SUS no Norte do Brasil, realizado no Hospital Ophir Loyola (HOL).
Um total de 996 pessoas estão na fila dos transplantes de córnea, 578 aguardam um novo rim e quatro estão na expectativa de doação de fígado.
A Sespa ressalta que a redução do número de pessoas nas filas para transplantes só é possível com novas doações. No Brasil, é a família quem autoriza a doação de órgãos de seus parentes após a morte.
Por isso, para ser um doador, o interessado deve conversar com sua família sobre o desejo de ser doador e deixar claro para que seus familiares autorizem a doação de órgãos após sua morte. Importante ressaltar que não há custo para a família do doador de órgãos, assim como não há qualquer pagamento.
De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador. Não podem ser doadores pessoas que não tenham documentação, indigentes ou menores de 18 anos sem a autorização dos responsáveis.
A LISTA - De acordo com o Ministério da Saúde, a lista para transplantes é única, valendo tanto para pacientes do SUS, quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada e conforme outros critérios como os de compatibilidade, gravidade do caso e o tipo sanguíneo do doador.
Esses fatores são levados em consideração para a definição de quem deve ser priorizado. Pacientes em estado crítico podem ser atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica. Para determinar a compatibilidade entre doador e receptores, são feitos exames laboratoriais.
O passo a passo de uma doação - Na doação em vida, é possível escolher o receptor dos órgãos. Já para a doação após a morte, nem o doador nem a família podem escolher quem vai receber o órgão. O receptor será então o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Confirmada a morte encefálica, a família autoriza a doação e após um receptor compatível ter sido localizado, ocorrerá a retirada dos órgãos para o transplante em um centro cirúrgico, como em qualquer outra cirurgia, por equipe de cirurgiões autorizada pelo Ministério da Saúde, e devidamente treinada para esse procedimento. Na sequência, o corpo é recomposto e liberado para a família para realização de velório.
Outro detalhe que deve ser levado em conta é o tempo de isquemia, período entre a interrupção de fluxo sanguíneo do doador para o órgão e o novo aporte de sangue após o implante no receptador. No caso de doações para o coração o tempo de isquemia é de no máximo 4h. Já em relação aos rins há um tempo maior, 24h, e o fígado 12h.
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