Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas publica Boletim da Mineração
Publicação traz panorama abrangente da produção minerária paraense, com dados sobre a evolução produtiva e comercial do setor, empregos e renda
29/10/2024 14h47 - Atualizado há 3 meses
Ag. Pará
Em um marco expressivo para a economia mineral brasileira, o Pará se consolidou como o segundo maior produtor de minério do país em 2023, ficando atrás apenas de Minas Gerais. O estado representou 17,7% da produção mineral nacional, com as exportações alcançando um valor recorde de US$ 15,7 bilhões, o que corresponde a 43,5% do total das exportações de minérios no Brasil. Esse desempenho é impulsionado, sobretudo, pelo minério de ferro, que responde por 82,6% das exportações do setor extrativo paraense, seguido pelo cobre (15%) e bauxita (0,9%).
O “Boletim da Mineração 2024”, recém-publicado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), revela dados estratégicos que ressaltam a evolução produtiva, o impacto no mercado de trabalho e a sustentabilidade do setor no Pará. Além do ferro, que é fundamental para a indústria siderúrgica, o alumínio extraído do estado, proveniente da bauxita, coloca o Brasil como o quarto maior produtor mundial do metal.
Expansão do mercado de trabalho e economia local
Em 2022, o setor mineral paraense gerou cerca de 330 mil empregos indiretos, enquanto as ocupações diretas somaram 78 mil postos de trabalho, com destaque para a região sudeste do estado. Parauapebas lidera o ranking nacional de geração de empregos na mineração, seguido por Canaã dos Carajás e Marabá. A principal atividade geradora de empregos no estado é a extração de ferro, que responde por quase metade das vagas formais do setor.
Investimentos em pesquisas e sustentabilidade
O Pará se destaca ainda pelo investimento em pesquisas que visam harmonizar a atividade mineradora com a conservação ambiental. Em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Fapespa está fomentando pesquisas sobre recuperação ambiental e recursos hídricos na Amazônia. Projetos como o “Fortalecimento dos Programas de Pós-Graduação Estratégicos para a Área de Mineração no Estado do Pará” têm recebido recursos que totalizam R$ 5,2 milhões, incluindo bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado para o desenvolvimento de novas tecnologias e métodos sustentáveis.
Perspectivas para o futuro
O diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural da Fapespa, Márcio Ponte, destaca a relevância desses investimentos. “O boletim da mineração fornece um recurso valioso para o setor público e o privado. Por meio de dados oficiais, exploramos os principais fatores que influenciam o setor de mineração no Pará, embasando políticas públicas e investimentos que devem assegurar o desenvolvimento sustentável da região.”
A iniciativa é vista como um pilar estratégico para o Pará, em especial diante da futura Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém. Com o compromisso de se tornar referência mundial em práticas de mineração sustentável, o Pará busca consolidar um modelo de crescimento que harmonize desenvolvimento econômico com conservação ambiental, transformando a atividade mineradora em um motor de sustentabilidade e progresso para a região e para o Brasil.
Fonte: AGÊNCIA PARÁ ACOMPANHE O JORNAL PARÁ Quer ficar bem-informado sobre os principais acontecimentos do Pará e do Brasil? Siga o Jornal Pará nas redes sociais. O JP está no Instagram, YouTube, Twitter e Facebook.