28/03/2024 às 09h21min - Atualizada em 28/03/2024 às 09h21min

Em 100 dias, 50 pessoas morreram em operações policiais na Região Metropolitana de Belém

Dados alarmantes de levantamento realizado nos locais com mais índices de mortes expõe violência armada no Estado.

Da redação

Reprodução
Um levantamento sobre a violência armada mostra que, em 100 dias, 50 pessoas morreram em operações policiais na Região Metropolitana de Belém. Os dados alarmantes foram coletados de 4 de novembro de 2023 a 11 de fevereiro de 2024 e expõe um cenário de alta letalidade em várias cidades no estado. Segundo o relatório, os homicídios estão entre os mais graves problemas e correspondem a 45% dos tiroteios; as ações policiais 42% e a violência patrimonial aparece em terceiro, com 17% dos casos.

O levantamento foi lançado neste mês de março pelo Instituto Fogo Cruzado. Ao todo, no período analisado, foram contabilizados 147 tiroteios, que resultaram em 152 baleados. Destas vítimas, 114 morreram. Entre as cidades do interior do estado que possuem índices mais alarmantes estão Ananindeua, que teve uma letalidade de 90%, além de ter mais baleados do que tiros; Castanhal, que ficou com letalidade de 52%; e Barcarena teve 100% de letalidade, uma vez que todos os tiroteios resultaram em, pelo menos, uma morte.

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Ações policiais - Um dos fatores que se destacaram foram as ações policiais e as dinâmicas utilizadas. No relatório constam exatamente 62 ações policiais, que resultaram em 62 pessoas baleadas nessas circunstâncias (representando 42% do total de baleados). Destas, oito em cada 10 pessoas morreram, o que totaliza 50 mortos. A região metropolitana de Belém, inclusive, ficou à frente da Bahia no que diz respeito à violência armada em ações policiais, perdendo apenas para o Rio de Janeiro.

Outra violência que chamou a atenção nesses 100 dias foram os ataques armados sobre rodas, onde 21 ocorrências foram registradas. Para esse indicador foram consideradas situações em que pessoas em veículos motorizados (carros, motos, entre outros), passam atirando na direção de pessoas paradas em algum local, sem sequer descer do veículo. No período de análise, foram registrados 18 mortos e oito feridos nessas circunstâncias.

“Essa é uma dinâmica típica de disputas entre grupos criminosos e da atuação de grupos de extermínio. É um dado para o qual estamos olhando para entender se ele segue uma tendência ou representa um padrão na RMB”, afirma Eryck Batalha, Coordenador regional do Fogo Cruzado no Pará.

Diminuir conflitos - Segundo o especialista em segurança pública Paulo Tamer, uma das medidas para a diminuição dos conflitos armados que culminaram em mortes é uma melhor atuação do setor de inteligência da segurança pública do Estado. 

“Inteligência na área de segurança pública tem que funcionar melhor. Quando se usa mais a área de inteligência e ela vai mais para campo, ela verifica onde está agrupado quem faz parte da organização criminosa. Aí a polícia já pode chegar lá com os mandados de prisão, usando o elemento surpresa, e capturando eles. E não chega lá para o confronto. Assim pode fazer uma operação mais bem planejada e isso traz até mais segurança para o próprio policial e baixa o nível de confronto armado. E nisso o nível de sucesso é mais alto e aumenta a segurança e integridade física dos policiais”, declara o especialista.

Com informações de O Liberal

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