Vereadores que compõem a CPI da Vale, da Câmara Municipal de Marabá, informam que no próximo dia 18 de setembro executivos da mineradora Vale participarão de uma nova reunião com os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito e o prefeito Tião Miranda para debater sobre possíveis tributos que a empresa deixou de repassar para Marabá pela exploração de ouro e prata nos últimos 10 anos.
O vereador Marcelo Alves disse na tribuna da Câmara, nesta terça-feira, 12, que o grupo de parlamentares esteve em Brasília na última semana discutindo esta pauta com diversos diretores da Vale e que pelo relatório do grupo da CPI foi descoberto dentro do balanço da própria empresa que a cidade de Marabá perdeu este repasse. “Não foi declarado, e queremos saber quanto custa o ouro e prata que não foram tributados por Marabá. Pelo nosso cálculo é em torno de R$ 241 milhões, que corrigidos chegam a 400 milhões”.
Marcelo ainda declarou que irão fazer, na próxima reunião, uma acareação com as notas dos últimos 10 anos. “O trabalho da CPI está sendo muito minucioso. Pela primeira vez nós estamos confrontando a mineradora, e lutando para recolher aos cofres públicos o que é de direito da comunidade”.
Por fim, o vereador explicou que há 56 toneladas de ouro retiradas do território marabaense e não declaradas. “Estamos calculando a Cfem disso. De cada tonelada de cobre saem 10 gramas de ouro, isso durante 10 anos. Vamos até as últimas consequências”, avisou na tribuna.
Ilker contribuiu no debate dizendo que a empresa precisa entender que causou um prejuízo imensurável a Marabá, quando decidiu fazer o acesso do Salobo por Parauapebas. Se fosse pela estrada do Rio Preto, seriam 5 ou 10 vez mais desenvolvida a região. O acesso por lá prejudicou Marabá historicamente. O Salobo tem mais de 3 mil funcionários e se houver 10, 20% de Marabá é muito”.
O vereador, que é presidente da CPI, questionou a não declaração do ouro retirado do Projeto Salobo pela mineradora. “Como produziu ouro há 10 anos e não está declarado? São 10 anos sonegando está informação para a cidade”, alfinetou.
Agora, até mesmo o prefeito Tião Miranda, que antes não dava crédito para a comissão, está apoiando, diante da queda abruta da arrecadação municipal ao longo de 2023.
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