Eduardo Bolsonaro diz que professores são piores que traficantes; veja vídeo
Deputados protocolaram ações contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após ele comparar “professores doutrinadores” a traficantes.
Carlos Yury
11/07/2023 08h45 - Atualizado em 11/07/2023 às 08h45
Reprodução do youtube
Deputados do PSOL não deixaram passar em branco as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que comparou "professores doutrinadores" a traficantes. Após participar de um evento em Brasília no último domingo (9), onde fez a declaração, Eduardo Bolsonaro recebeu duras críticas e ações judiciais foram protocoladas contra ele.
A direção do Partido Liberal (PL), ao qual Eduardo Bolsonaro é filiado, ficou revoltada com o ataque promovido pelo parlamentar aos professores. A declaração que comparou os docentes a traficantes de drogas repercutiu negativamente dentro do próprio partido. A direção nacional do PL pediu enfaticamente que os bolsonaristas parem de provocar atritos desnecessários. “Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”, declarou o deputado federal
Confira o vídeo: Diante desse contexto, a deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) tomou medidas legais contra Eduardo Bolsonaro. Ela ingressou com uma notícia-crime e uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal, alegando que as declarações do deputado são um convite à ação contra os professores e podem incitar violência. Luciene destaca que essas afirmações ocorrem em um momento em que o país enfrenta ataques violentos recorrentes a escolas e professores.
Confira a queixa-crime:
Outro deputado do PSOL, Guilherme Boulos, decidiu levar a questão adiante e apresentar um pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética da Câmara. Boulos critica severamente a declaração do parlamentar afirmando que "é sintomático que ela venha de alguém que passou quatro anos destruindo a educação e combatendo o papel dos professores na sociedade brasileira. Ele ressalta a importância de não normalizar esse tipo de fala repugnante, mas hoje o Brasil tem um governo que valoriza os professores".
Os deputados do PT em Minas Gerais, Beatriz Cerqueira e Rogerio Correia, também tomaram medidas em resposta às declarações de Eduardo Bolsonaro. Eles encaminharam ao Ministério Público Federal um pedido de instauração de inquérito contra o deputado por calúnia, difamação e incitação ao crime. Segundo a representação, as palavras de Bolsonaro são baseadas em um discurso extremista de ódio, vão contra a liberdade constitucional de ensino e podem ser enquadradas como crime de acordo com o Código Penal.
As ações tomadas pelos deputados do PSOL e do PT refletem a indignação diante das declarações controversas de Eduardo Bolsonaro, demonstrando a preocupação com a defesa da liberdade de ensino e o repúdio a discursos extremistas que possam incitar a violência. ACOMPANHE O JORNAL PARÁ
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