17/05/2022 às 10h37min - Atualizada em 17/05/2022 às 10h37min

MPF acompanha ameaças de ataques contra Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu

Áudios de ameaça à TI que é uma das mais invadidas no país estão circulando desde domingo

Foto: Lalo de Almeida/ Folhapress

Uma das terras indígenas mais invadidas do país, a Apyterewa, do povo Parakanã, entre os municípios paraenses de São Félix do Xingu e Altamira, vive momentos de tensão desde domingo (15), quando começaram a circular ameaças de invasão de aldeias. Os relatos chegaram por meio de áudios em que indígenas contam da chegada de não indígenas que avisaram que fazendeiros estariam organizando equipes para atacar aldeias recém-abertas pelos Parakanã. Alguns dos áudios dizem que os homens teriam de fato cercado uma das aldeias.

O Ministério Público Federal (MPF) foi alertado e informou que acionou imediatamente as forças de segurança. De acordo com o MPF, ainda no domingo, foram avisados o superintendente da Polícia Fedeqral em Belém e o delegado de Redenção, cidade mais próxima ao possível local dos ataques. A área é de difícil acesso, por isso os órgãos tentam viabilizar medidas prioritárias de segurança para evitar violência contra as aldeias Parakanã.

TI Apyterewa

A terra indígena Apyterewa é uma das mais invadidas e mais desmatadas do país. Homologada desde 2007, teve a sua desintrusão – retirada dos invasores não indígenas – prevista como uma das condicionantes prioritárias antes das obras da usina de Belo Monte.

O MPF processa o estado brasileiro para obrigar a desintrusão e desde 2009 pede à Justjiça Federal que multe o governo por não cumprir as decisões judiciais. Conflitos com fazendeiros e grileiros são frequentes na área e nos últimos dois anos invasores confrontaram diversas vezes fiscais ambientais e servidores da Funai que trabalhavam na área, chegando a atirar bombas contra eles.

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