A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) intensificou a vacinação contra a febre amarela em Breves, no Marajó, após a confirmação de 15 casos e quatro mortes no município. A mobilização emergencial inclui a vacinação em comunidades ribeirinhas, monitoramento de casos suspeitos e treinamento de profissionais para conter o avanço da doença. A Força Nacional do SUS e a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar foram acionadas para reforçar as ações, garantindo uma resposta rápida diante do surto.
Para alcançar comunidades isoladas, a Marinha do Brasil enviou a embarcação Soure, transportando 10 mil doses da vacina e uma equipe de 33 profissionais. A imunização já avançou em localidades como Jacarezinho, São Raimundo e Porto Cacique, com mais de quatro mil doses aplicadas. As autoridades seguem alertando sobre a importância da vacinação e de medidas preventivas, como uso de repelentes e controle do vetor, para evitar a propagação da doença no Marajó.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Breves, intensificou a campanha de vacinação contra a febre amarela. A mobilização foca em comunidades ribeirinhas e áreas rurais do Município de Breves, na Ilha do Marajó, onde a adesão à imunização ainda é baixa.
A febre amarela é uma doença infecciosa causada pelo vírus do gênero Flavivirus e transmitida por mosquitos. A vacina é a principal forma de prevenção e está disponível gratuitamente na rede pública de saúde. A preocupação das autoridades aumentou após a confirmação de 15 casos e quatro óbitos no município.
Alerta máximo e resposta rápida
A mobilização ganhou força após a morte de um adolescente de 16 anos, morador da comunidade do Rio Jacarezinho, em 20 de fevereiro. O jovem foi hospitalizado no Estado do Amapá e teve a doença confirmada por exames laboratoriais. Diante desse caso, a Vigilância Epidemiológica acionou um plano emergencial para evitar a propagação do vírus.
Entre as primeiras medidas, equipes da Sespa foram enviadas para vacinar os moradores da região e investigar a situação epidemiológica. Um alerta foi emitido para a Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), a Rede Cievs e os Centros Regionais de Saúde, reforçando a necessidade de monitoramento intensivo.
Ações estratégicas para conter a doença
Para evitar novos casos, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Pará (Cievs-PA) recomendou medidas como:
Monitoramento de casos suspeitos e de epizootias (mortes de primatas que podem indicar circulação do vírus);
Notificação imediata de novos casos suspeitos em até 24 horas;
Treinamento de profissionais de saúde para diagnóstico precoce e coleta rápida de amostras laboratoriais.
A coordenadora estadual de Arboviroses, Aline Carneiro, informou que a Força Nacional do SUS foi acionada para apoiar o treinamento de profissionais no manejo de casos graves. Já a diretora de Vigilância em Saúde, Liliane Ferraz, destacou a importância de ampliar a cobertura vacinal e monitorar os vetores da doença.
A febre amarela pode ocorrer em dois ciclos:
Silvestre: transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes em áreas de mata.
Urbano: propagada pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e chikungunya.
Vacinação e prevenção
A vacinação segue como principal forma de prevenção. Especialistas também recomendam o uso de repelentes, roupas longas, telas de proteção em janelas e o controle de mosquitos nas áreas afetadas.
O Cievs-PA emitiu um alerta para que todos os municípios do Marajó aumentem a cobertura vacinal para pelo menos 95% da população a partir dos nove meses de idade. Segundo a coordenadora estadual de Imunização, Jaíra Ataíde, mais de quatro mil doses já foram aplicadas em comunidades como Jacarezinho, São Raimundo, São Brás, Lúcia Alves, Nossa Senhora de Nazaré, Porto Cacique e Vila Muniz. “Seguimos pelos rios para imunizar quem ainda não foi vacinado. Quem perdeu o cartão de vacinação deve receber a dose novamente”, explicou.
Marinha auxilia imunização em comunidades isoladas
Para garantir que as vacinas cheguem às comunidades mais remotas, a Marinha do Brasil está oferecendo suporte logístico. A embarcação Aviso Auxiliar Soure partiu na manhã desta terça-feira (12), transportando 10 mil doses para Breves.
A bordo, 33 profissionais, entre militares e equipe de saúde, percorrerão os rios Limão, Jacarezinho, Taujari e Jaburu para imunizar populações ribeirinhas. A missão deve durar de 15 a 16 dias, garantindo atendimento a comunidades isoladas.
O apoio da Marinha reforça a importância da cooperação entre as Forças Armadas e os órgãos de saúde para ampliar a vacinação e conter o avanço da febre amarela no Marajó.
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