A menos de um ano para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), Belém está no centro das atenções globais. Como primeira cidade brasileira a sediar o maior encontro sobre mudanças climáticas do planeta, a capital paraense passa por uma transformação com obras estruturantes e um volume inédito de investimentos que beneficiarão a população por décadas.
"Para nós, a COP já começou", afirmou a vice-governadora do Pará e presidente do Comitê Estadual da COP 30, Hana Ghassan. "Estamos conduzindo cerca de 30 obras essenciais que garantirão não apenas a realização da conferência, mas também um legado duradouro para o estado. Nossa preparação avança com ritmo acelerado e monitoramento especializado, garantindo que seremos uma das sedes mais bem organizadas da história do evento. A COP 30 em Belém é uma realidade."
Infraestrutura e parcerias estratégicas
Os preparativos para o evento são conduzidos em parceria entre os governos federal, estadual e municipal, além da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Representantes da ONU já visitaram Belém em 2023 e, agora em 2025, acompanham de perto os avanços em três frentes principais: a construção da sede do evento, a infraestrutura de hospedagem e as medidas de segurança e saúde.
Para Noura Hamladji, secretária-executiva adjunta da UNFCCC, os avanços são notáveis. "A COP representa um desafio político e logístico para qualquer cidade, pois movimenta mais de 50 mil pessoas em duas semanas de negociações intensas. Voltamos agora a Belém e observamos avanços expressivos desde nossa visita anterior, em 2023. Estamos impressionados com o progresso."
Investimentos históricos para a "COP da Floresta"
Para tornar Belém a capital global do clima, está sendo investido um total de R$ 4 bilhões em infraestrutura. Os recursos são provenientes do tesouro estadual, de acordos com Itaipu Binacional e de financiamentos junto ao BNDES. Segundo Pedro Iootty, assessor da Diretoria Socioambiental do BNDES, os investimentos ultrapassam a conferência e garantirão melhorias duradouras para a população.
"Nossa parceria com o Governo do Pará começou em 2023, e os investimentos abrangem toda a cidade, desde infraestrutura urbana até saneamento e equipamentos culturais. O objetivo é que a COP 30 deixe um legado que beneficie Belém por muitos anos."
Logística e hospedagem garantidas
Uma das maiores preocupações para o evento é a capacidade de hospedagem. No entanto, o Governo Federal assegura que a capital paraense estará preparada para receber os visitantes. Segundo Valter Correa, secretário extraordinário para a COP 30, estão sendo criadas diversas alternativas para acomodar os participantes.
"Temos quase R$ 200 milhões investidos na expansão da rede hoteleira, novos hotéis em áreas concedidas pelo Governo Federal e Estadual, além da Vila COP 30, que será um centro administrativo após o evento. Também contaremos com dois navios de cruzeiro no Porto de Outeiro, somando entre 4 mil e 5 mil leitos, além de acomodações em áreas militares, escolas reformadas e aluguel por temporada. Estamos seguros de que poderemos receber todos os participantes."
Belém no centro do debate global
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos principais entusiastas da COP 30 em Belém, vendo a conferência como um marco histórico para a Amazônia e o Brasil. Ele destaca que o evento será uma oportunidade única para mostrar ao mundo a importância da floresta para a regulação climática global.
"Vamos realizar a COP 30 no coração da Amazônia, onde muitos duvidavam que fosse possível. Estamos provando que temos capacidade e estrutura para sediar um evento dessa magnitude. Ninguém ficará sem acomodação. Queremos mostrar ao mundo a força da Amazônia e da sua gente."
Com toda a estrutura planejada e investimentos em ritmo acelerado, Belém se prepara para ser a capital global do debate climático em novembro. Além de sediar uma conferência histórica, a cidade deixará um legado de desenvolvimento para seus habitantes e para toda a região amazônica.
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