04/11/2024 às 10h32min - Atualizada em 04/11/2024 às 10h32min
Semas incentiva restauração florestal para mitigar mudanças climáticas e fortalecer desenvolvimento sustentável
Titular da Semas destacou o agravamento das mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, ressaltando que o sistema econômico atual precisa mudar para enfrentar esses desafios.
O Secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio Romão, participou de um webinar promovido pela FIA Business School, onde destacou o potencial do mercado de restauração florestal para estudantes e empreendedores. O evento, intitulado "Concessões de Restauração Florestal como Instrumento de Solução para a Crise Climática", reuniu especialistas para discutir o papel das concessões florestais no enfrentamento das mudanças climáticas e no fortalecimento do mercado de carbono.
Foto: Divulgação
Em sua fala, Romão abordou a gravidade da crise climática e a necessidade de mudanças profundas no sistema econômico, especialmente no que diz respeito à redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). "Estamos passando por um processo muito grave de mudanças climáticas e de perda de biodiversidade no mundo. Este processo demanda várias mudanças na economia", declarou o secretário, que reforçou a importância de buscar novos caminhos em setores como o de alimentos e combustíveis.
Segundo Romão, a restauração florestal é uma estratégia essencial para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, pois as florestas em crescimento capturam e armazenam carbono. "A restauração tem o papel de reverter a emissão de GEE. Uma floresta em crescimento remove esses GEE para criar sua estrutura física e, depois de madura, armazena aquilo que sequestrou", explicou.
Outro ponto destacado pelo secretário foi o papel da precificação do carbono, que permite que empresas invistam na restauração em troca de créditos de carbono. Romão acredita que este modelo de concessão é uma oportunidade para transformar a economia regional e incentivar práticas sustentáveis.
Projeto na APA Triunfo do Xingu Durante o evento, Romão apresentou o projeto de concessão florestal que será implementado em 10 mil hectares da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, em Altamira, sudoeste do Pará. A iniciativa prevê a concessão das terras públicas para empresas privadas ao longo de 40 anos, com o objetivo de restaurar áreas degradadas e permitir que as concessionárias comercializem créditos de carbono gerados pelo reflorestamento.
"Essa concessão vai permitir aquecer o mercado e desincentivar o desmatamento. A área foi alvo de tentativa de grilagem, mas agora entramos com restauração e uma nova economia para a região", disse o secretário.
Olavo Makiyama, líder da The Nature Conservancy (TNC Brasil), elogiou o modelo adotado pelo governo para a APA São Félix do Xingu, onde parte da receita gerada pelas concessionárias será destinada ao desenvolvimento regional e à capacitação das comunidades locais. "Esse modelo é um golaço, pois garante que os recursos sejam reinvestidos no território", afirmou.
Renato Rosenberg, diretor de concessões florestais do Serviço Florestal Brasileiro, também destacou a relevância da restauração florestal como uma alternativa concreta para combater as mudanças climáticas: "Não existe bala de prata, mas não tenho dúvidas de que a restauração é uma boa alternativa".
Com a implementação de políticas inovadoras e o incentivo ao setor privado, o Pará avança no desenvolvimento de um modelo econômico sustentável que pode servir de referência para outras regiões da Amazônia.
Fonte: AGÊNCIA PARÁ
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