09/08/2023 às 11h00min - Atualizada em 09/08/2023 às 11h15min
Drex: a nova moeda digital deve reduzir burocracias nas transações financeiras
A ferramenta criada pelo Banco Central poderá ser usada para a compra de imóveis, veículos e títulos públicos.
Carlos Yury - com informações de O Liberal
Reprodução O anúncio do Banco Central (BC) sobre a criação da nova moeda digital brasileira, batizada de "Drex", tem gerado grande expectativa entre especialistas e consumidores. Este novo sistema, conhecido como primo do PIX, está destinado a revolucionar a forma como lidamos com a moeda brasileira, oferecendo paridade com o real e trazendo consigo uma série de benefícios.
A transição global das cédulas de papel para operações digitais é uma tendência que chega ao Brasil com o "Drex". Para o economista Valfredo de Farias, essa mudança é impulsionada pela busca por redução de custos na produção de papel-moeda e, principalmente, pela segurança nas transações financeiras.
O economista enfatiza que a possibilidade de eliminar a necessidade de lidar com dinheiro físico traz benefícios tangíveis, como maior segurança e conveniência nas transações. Farias destaca: "A partir do momento em que você não precisa ir ao banco tirar dinheiro, não precisa levar dinheiro na sua carteira, com risco de ser roubado ou perder, então, só isso já justifica o benefício que o Drex vai trazer para a população".
A nomenclatura "Drex" é formada pelas letras que representam as características da ferramenta: "D" para digital, "R" para real, "E" para eletrônica e "X" para simbolizar transação, similar ao conceito por trás do PIX.
O Banco Central revelou que o Drex passará por um período de testes e estará disponível para o público somente no final de 2024. Dezesseis consórcios foram autorizados a desenvolver ferramentas e instrumentos financeiros para testes simulados, avaliando a segurança e agilidade nas transações entre a moeda digital e os depósitos reais convertidos em digitais (tokenização) de instituições financeiras.
Ao contrário do PIX, o Drex terá finalidades e escalas de valores distintas. Enquanto o PIX é frequentemente utilizado para transações comerciais com limites de segurança, o Drex poderá ser empregado para aquisição de imóveis, veículos e títulos públicos.
O economista Valfredo de Farias sugere que o Drex também funcionará como um certificado digital, agilizando transações e diminuindo burocracias.
É importante ressaltar que o Drex não será uma criptomoeda como o Bitcoin. O Banco Central afirma que a moeda brasileira será regulamentada pelo governo, oferecendo segurança e garantias que as criptomoedas não possuem. O Drex usará a tecnologia blockchain, que possibilita transações seguras e rápidas sem a necessidade de intermediários.
Ademir Junior, empresário contábil, acredita que a moeda digital trará vantagens para empresas que enfrentam altas taxas de processamento de pagamento, além de promover a inclusão financeira. Ele destaca que essa nova forma de transação comercial pode tornar as operações mais eficientes, reduzindo intermediários e agilizando pagamentos.
Embora a expectativa seja alta, tanto Valfredo quanto Ademir reconhecem que a implementação do Drex não será imediata e enfrentará desafios. A necessidade de testes e adaptações regulatórias será parte essencial do processo. Vale ressaltar que a moeda digital poderá transformar o cenário econômico e financeiro, estimulando a inovação e a modernização de serviços.
O anúncio do "Drex" pelo Banco Central sinaliza uma nova era nas transações financeiras no Brasil, proporcionando segurança, eficiência e inovação no manuseio da moeda brasileira.
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