27/07/2023 às 08h20min - Atualizada em 27/07/2023 às 08h20min
Pará registra crescimento de 451% em golpes eletrônicos
Segundo anuário, o Pará registrou 2.344 casos de estelionato na internet e redes sociais em 2021 e 12.988 em 2022. Saiba como evitar
Carlos Yury - com informações de Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Reprodução Na última quinta-feira (20), foram divulgados dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontando que, em 2022, os estelionatos alcançaram o recorde de 1.819.409 ocorrências, o que equivale a uma média de 207,7 casos registrados por hora no país e alta de 37,9 %. No Pará, em 2021, foram registrados 2.344 casos de estelionato por meio eletrônico, já em 2022, houve 12.988 registros, um aumento de 451,1%.
Só os estelionatos em meio eletrônico, cujos dados disponíveis excluem cinco das mais populosas Unidades da Federação do país (BA, CE, RJ, RS e SP) e o Rio Grande do Norte, que não informaram a quantidade desagregada de registros, chegaram a um total de 200.322 ocorrências em 2022, um aumento de 65,2% em relação às ocorrências de 2021, ano no qual tal crime foi tipificado.
Os estudos demonstram ainda que, de modo geral, o aumento do uso da internet e das redes sociais na pandemia, gerou um enorme campo de oportunidade para criminosos virtuais. O anuário aponta também que esse não é um fenômeno restrito a segurança ou letramento digital, mas que os criminosos têm explorado fatores situacionais ao identificar vítimas mais vulneráveis, diversificado os métodos de ataque e empregado técnicas de engenharia social.
CASOS - conhecido como “Golpe de Engenharia Social com o Whatsapp”, quando o criminoso escolhe uma vítima, pega suas fotos em redes sociais e, de alguma forma, descobre os números de contato da pessoa. Com um novo número de celular, o criminoso manda mensagem para amigos e familiares da vítima alegando que trocou de número e, a partir daí, pede uma transferência via Pix, alegando urgência.
GOLPE DO FALSO MOTOBOY - O golpe começa quando o cliente recebe uma ligação do golpista que se passa por funcionário do banco, dizendo que o cartão foi fraudado. O falso funcionário solicita a senha e pede que o cartão seja cortado, mas que o chip não seja danificado. Em seguida, diz que o cartão será retirado na casa do cliente. O outro golpista aparece onde a vítima está e retira o cartão. Mesmo com o cartão cortado, o chip está intacto e os fraudadores podem utilizá-lo para fazer transações e roubar o dinheiro da vítima.
Como evitar: Fique atento! Os bancos nunca pedem o cartão de volta nem mandam portadores até a sua casa para buscá-lo. Se receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada para ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um celular, para saber se existe algum problema com a sua conta.
GOLPE NO WHATSAPP - Os golpistas descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o WhatsApp da vítima nos aparelhos deles. Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro.
Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular, tem acesso a todo o histórico de conversas e contatos. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos, passando-se pela pessoa, pedindo dinheiro emprestado. Desconfie de pessoas pedindo dinheiro ou seus dados por aplicativos de mensagem. Geralmente os golpistas apelam para alguma urgência falsa e pedem depósitos e transferências via Pix para contas de terceiros ou então para pagar alguma conta.
Como evitar: Primeiro, proteja o seu WhatsApp de invasões e clonagens. Nas configurações do aplicativo, clique em CONTA, depois em CONFIRMAÇÃO EM DUAS ETAPAS e ative essa funcionalidade de segurança com uma senha. Você diminui a chance de golpistas roubarem seu número. E nas configurações de privacidade, deixe a sua foto de perfil pública apenas para os seus contatos, assim ninguém a utiliza para golpes. Nunca compartilhe o código de segurança. E caso receba mensagens de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro emprestado, confirme a identidade de quem está do outro lado.
GOLPE NA TROCA DE CARTÃO - Golpistas que trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na máquina de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com seu cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro. O mesmo pode acontecer com desconhecidos oferecendo ajuda no caixa eletrônico. Eles se aproveitam de alguma dificuldade sua no terminal eletrônico para pegar rapidamente o seu cartão e depois devolver um que não é seu, ao mesmo tempo que espiam sua senha.
Como evitar: Fique sempre atento na hora das compras. Confira se é mesmo o seu nome impresso no cartão devolvido e, se possível, passe você mesmo o cartão na maquininha em vez de entregá-lo para outra pessoa. Nos caixas eletrônicos, procure funcionários do banco devidamente uniformizados, não aceite ajuda de desconhecidos.
GOLPE DO FALSO BOLETO - O emissor do boleto falso pode ter várias informações sobre os dados pessoais da vítima e a situação pode ser muito convincente. O boleto pode chegar como uma falsa correspondência bancária ou de uma loja, ou, ainda, no formato eletrônico, em forma de mensagens de SMS, WhatsApp ou e-mail que direcionam para páginas falsas para download de uma fatura forjada. Os boletos falsos são muito parecidos com os originais que costumam receber. O cliente pagando por um boleto adulterado, o valor é direcionado para a conta do fraudador ao invés do verdadeiro credor. Como resultado o credor continua a efetuar as cobranças ou não envia o produto
Como evitar: Para reduzir as chances de cair nesse golpe, é essencial ficar atento aos dados do beneficiário do boleto. Independentemente de como você vai pagar, essas informações são exibidas antes que você complete a transação. Verifique sempre CPF ou CNPJ do emissor, data de vencimento e principalmente o valor para ter certeza que está pagando o documento correto. Veja também se os três primeiros números do código de barras de fato correspondem ao código do banco.
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