O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral TSE, agendou o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), proposta pelo Partido Democrático Trabalhista PDT contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, para o próximo dia 22 de junho de 2023.
A AIJE destaca suposto abuso do poder e uso indevido dos meios de comunicação numa reunião com embaixadores em que o então presidente Jair Bolsonaro promoveu duros ataques contra o sistema eleitoral brasileiro, sistema este que o próprio Bolsonaro e seus filhos Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro sempre se elegeram ao longo de décadas.
Segundo a ação, os ataques proferidos pelo ex-presidente ao sistema eleitoral se deram sem apresentar qualquer prova, debruçando-se em meras narrativas especulativas que só fizeram criar fissuras desnecessárias e irresponsáveis à credibilidade de um sistema eleitoral seguro e mundialmente reconhecido, uma vez que é completamente auditável e acompanhado por absolutamente todos os atores políticos e institucionais nacionais, conforme legislação eleitoral.
O dia do julgamento chama atenção, 22 (de junho), uma vez que 22 foi o número de candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições 2022, número que representa o PL.
Coincidência ou não, o certo é que o destino político-eleitoral de Jair Bolsonaro está marcado e será decidido pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal este que foi alvo de ataques covardes e irresponsáveis do ex-presidente, dentro de uma tática da extrema direita em vários países pelo mundo.
Segundo dois cientistas políticos ouvidos pelo Jornal Pará, os ataques contra o sistema eleitoral, contra o Tribunal que cuida do processo eleitoral e contra o ministro que seria o presidente deste mesmo Tribunal durante o processo eleitoral não foram à toa, não foram por acaso.
Em verdade, foram devidamente calibrados para que a base política do ex-presidente se mantivesse engajada permanentemente, e criar um inimigo comum a combater, e que não poderia se defender como um outro agente político concorrente, fazia parte dessa estratégia.
Como é de conhecimento público, o ministro Alexandre de Moraes foi um alvo direto do ex-presidente Jair Bolsonaro e de toda sua militância mais raivosa. Contudo, caso o presidente do TSE, durante o processo eleitoral de 2022, fosse outro ministro, então seria este ministro o alvo a ser atacado, destacam os especialistas.
Os ataques fazem parte de uma estratégia ampla, não são casuais, finalizam.
Jair Bolsonaro, sendo condenado pelo TSE, ficará inelegível por 8 anos, ou seja, não poderá ser candidato a cargo eletivo ao longo dos próximos 8 anos.
Veja o relatório completo do relator da AIJE proposta pelo PDT, ministro Benedito Gonçalves, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral:
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Jair Bolsonaro (reprodução internet)
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