Rafael Miyake, estagiário, sob supervisão de Yuri Siqueira
Camila Diger / Prefeitura de Belém
A cidade de Belém completa, nesta quinta-feira (12), 407 anos de existência. Nesta série de textos do Jornal Pará, vamos falar de alguns dos principais desafios do município nesse marco. O saneamento, uma das áreas mais importantes para a população, é uma das maiores questões municipais.
Para o engenheiro civil e ambientalista Paulo Pinho, o maior desafio de Belém é a gestão do território. “A nossa cidade, se formos comparar com outras capitais, está nos últimos lugares”. Belém está em 96º entre as 100 cidades estudadas pelo ranking do Trata Brasil.
Segundo ele, a atuação do poder público está muito abaixo das necessidades do município e até do país. “Nós, ao longo dos anos, temos tido um executivo muito aquém, seja no nível municipal ou estadual, das necessidades dos desafios impostos tanto para Belém do Pará quanto para o Pará como um todo, assim como o próprio Brasil. Então eu critico o nosso poder público de execução, nós precisamos melhorar a qualidade da nossa gestão pública”.
O saneamento envolve o acesso da população à água tratada, esgoto e coleta de lixo, além do tratamento de esgoto e limpeza municipal. Em todas essas áreas, os problemas de Belém são visíveis. Pouco menos de 74% da população tem acesso à água encanada, o que é um número positivo, apesar de ainda abaixo dos 100% ideais, mas nos outros dados, tudo se complica.
Apenas 17% da população tem acesso ao atendimento de esgoto na capital paraense, e destes, apenas 3,61% têm tratamento deste esgoto. Os dados são do ranking do saneamento da Trata Brasil.
Na coleta e tratamento de lixo, não é tão diferente. Apesar de alguns esforços da prefeitura de Belém para eliminar os pontos de descarte irregular de lixo e a criação de ecopontos para descarte, o lixo irregular continua na cidade, entupindo bueiros e tapando canais de escoamento de água da chuva.
Já no tratamento de lixo, apesar do novo aterro sanitário em Marituba, que atende toda a Região Metropolitana de Belém (RMB), o Lixão do Aurá, desativado em 2015, continua recebendo entulhos e parte do lixo descartado pela região. No dia 16 de dezembro, um incêndio de grandes proporções tomou o lixão, e por quatro dias espalhou fumaça fétida e tóxica nos arredores de Ananindeua e Belém.