06/12/2022 às 18h31min - Atualizada em 06/12/2022 às 18h31min
Pesquisa aponta grande incidência de mulheres vítimas de importunação sexual nos ônibus de Belém
Luciana Carvalho, estagiária sob supervisão do jornalista Yuri Maia.
Ascom Semob A Prefeitura de Belém iniciou na manhã do dia 25 de setembro, um levantamento entre as usuárias do transporte público de ônibus, nos terminais Mangueirão, Maracacuera, São Brás e da Universidade Federal do Pará (UFPA), além de vias com elevada movimentação, como a avenida Presidente Vargas.
O objetivo da pesquisa é criar uma base de dados para auxiliar na campanha permanente de combate à importunação sexual no transporte público intitulada “Não, é Não”, idealizada pela Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel) em parceria com a Semob, lançada na segunda-feira (5) no Terminal Mangueirão, com a realização de um ato com panfletagem e colagem de cartazes sobre o assunto que, por lei, constitui-se em crime.
Durante a aplicação da entrevista, uma usuária relatou que sofreu importunação e não conseguiu registrar BO, pois, segundo ela, teriam faltado informações sobre o importunador. A entrevistada disse que não retornou mais à delegacia por ter se sentido constrangida pela atitude da autoridade policial, e optou por não levar a denúncia adiante.
Até a última quarta-feira (30), já haviam sido aplicados cerca de 500 questionários. A maioria das entrevistadas, na faixa entre 20 e 50 anos, relatou que já sofreu algum tipo de importunação, não registrou Boletim de Ocorrência (BO), muito menos se sentiu amparada dentro do ônibus pelos operadores e passageiros e nem sabia como denunciar. Outras informaram não saber como identificar um ato de importunação.
Desconhecimento das leis
Poucas mulheres entrevistadas informaram ter conhecimento da lei 13.718/18 que torna crime a importunação sexual e a maioria desconhece a lei municipal 9.591, de 4 de agosto de 2020, chamada de lei da parada segura.