A corrida pelo Grammy Awards está prestes a começar, enquanto os indicados não saem, vamos falar de álbuns aclamados que merecem toda nossa atenção para esta temporada e que provavelmente vão receber destaques na premiação.
O primeiro álbum para iniciar nossa maratona #JPnoGRAMMYs é o “SOS” da cantora SZA. Contendo 23 faixas e abordando temas como perda, angústia, mistério, confusão, reflexão e transição, o projeto vem sendo amplamente aclamado pela crítica especializada. Publicações destacam sua capacidade em compor obras profundas atuais e de extrema maestria lírica.
Os principais veículos da mídia especializada, como a revista Rolling Stone e o jornal britânico The Guardian, abraçaram o projeto com avaliações positivas, o que proporcionou ao disco uma nota “94/100” no metacritic – site conhecido por agrupar resenhas de discos, músicas e filmes.
“SOS” inclui participações de Travis Scott, Don Toliver, Phoebe Bridgers e Ol’ Dirty Bastard. Disponível em todas as plataformas de streaming.
“O mais recente trabalho de SZA é uma jornada segura, ambiciosa, expansiva e que desafia o gênero nas profundezas do desgosto e nas muitas tonalidades que ele apresenta – raiva, medo, angústia, tristeza, desolação, niilismo“, definiu a revista Consequence Of Sound. “É um disco absoluto, um dos melhores do ano, que marca pouco mais de 67 minutos com impressionantes 23 faixas.
Sucessor do aclamado debut “Ctrl” (2017), “SOS” é o segundo disco de estúdio de SZA. O projeto de 1 hora e 8 minutos de duração, retoma narrativas familiares aos trabalhos anteriores da cantora, seja na contemplação, na nostalgia, na rejeição ou no autoquestionamento.
Conceito - “SOS” não é só um pedido de socorro. No dia 30 de novembro, SZA divulgou em suas redes sociais a capa de “SOS”, uma referência à fotografia da princesa Diana de férias em Portofino, na Itália, em 1997. A cantora confirmou a teoria dos fãs em entrevista à HOT 97: “Eu apenas amei a sensação de isolamento que ela demonstra, e foi isso que eu quis transmitir.” (via Consequence).
Nas 23 faixas, a ideia de contemplação e autodescoberta deslancha junto à nostalgia e inseguranças pessoais. A relação da capa com a narrativa do disco é clara, um diário aberto mostrando toda sua simplicidade, o mundo da artista e da princesa de Gales se cruza na ideia do distanciamento pela proteção, ainda que sejam encarados os riscos: se sentam na ponta de uma passarela que serve de trampolim, mas ao invés do salto, permanecem sozinhas e contempla um horizonte infinito.
“SOS” não significa somente um pedido de socorro sobre ardores pessoais, traumas de exs ou processos de desapego, mas é também um trabalho no qual se impera uma jornada de autodescoberta e reconstrução a partir da vulnerabilidade.
Além da riqueza das letras, o álbum também traz surpresas em sua sonoridade. Além do R&B que a cantora já domina, ela se aventura pelo rock, pelo folk e até pelo Country. Faixas como Ghost in the Machine, em parceria inusitada com Phoepe Bridgers; e “F2F” que vai para o pop-punk, mostram SZA explorando criativamente lados seus ainda não vistos.
Arrisco a dizer que “SOS” é um dos melhores álbuns do ano, um forte concorrente nas indicações do Grammy, um álbum coeso, com uma sonoridade cativante, músicas fácil de prender o ouvinte e mesmo quem não é fã ou não conhece o projeto, vale a pena ouvir e navegar pelas nuances que só a SZA consegue fazer.