Em Salvaterra, na Ilha do Marajó, um grupo de estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Salomão Matos deu um passo significativo em prol da sustentabilidade. Preocupados com o impacto ambiental do descarte de plásticos, os jovens desenvolveram um bioplástico feito a partir do caroço do açaí e do amido de mandioca, dois materiais abundantes e típicos da região.
Foto: Divulgação
O projeto, batizado de “Bioplástico a partir do caroço de açaí e do amido da mandioca”, foi selecionado para participar da 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças do Clima (CYC). Promovido pela Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), o evento ocorrerá entre os dias 17 e 21 de março de 2025, em Belém, reunindo jovens de diversas regiões para debater soluções para as mudanças climáticas.
Soluções locais para problemas globais
O bioplástico desenvolvido pelos estudantes se destaca por sua composição natural e baixo impacto ambiental. Com um ciclo de degradação curto e custo reduzido, o material foi elaborado após intensas pesquisas de campo, análises laboratoriais e aplicação de questionários à população local.
Juliana Carvalho, uma das integrantes do projeto, explicou a inspiração para a iniciativa. “Queríamos criar algo que refletisse nossa região. O caroço do açaí e o amido da mandioca fazem parte do cotidiano das nossas famílias, que dependem economicamente desses produtos. Nosso objetivo era desenvolver uma solução sustentável e acessível”, comentou.
Foto: Divulgação
A expectativa para a CYC é alta. Para Viviane Duarte, também integrante do projeto, o evento é uma oportunidade única. “Quero compartilhar nossas ideias e contribuir para um impacto positivo no meio ambiente. Além disso, a conferência nos permitirá trocar experiências com jovens de outros lugares, ampliando nossa visão sobre a sustentabilidade”, afirmou.
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Educação como ferramenta de transformação
O projeto contou com o apoio da professora orientadora Cáren Poça, que destacou o protagonismo dos estudantes. “A ideia partiu deles, refletindo o compromisso da escola em incentivar soluções inovadoras. Meu papel foi orientar o desenvolvimento acadêmico do trabalho”, disse. A professora também enfatizou a importância da CYC como espaço de aprendizado e debate global.
Para Jardes Assis, professor de Geografia e também orientador do projeto, o bioplástico oferece benefícios que vão além do ambiental. “Essa iniciativa fortalece a cultura regional e cria novas oportunidades de renda para a população”, ressaltou.
Reconhecimento local e internacional
O bioplástico foi apresentado pela primeira vez em junho de 2024, durante a Olimpíada Científica da Escola Salomão Matos (OSESaM), uma competição que valoriza projetos inovadores. Agora, com a seleção para a CYC, Salvaterra e a Ilha do Marajó se tornam exemplos de protagonismo juvenil e compromisso com o meio ambiente.
A 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças do Clima marca um momento histórico para o Pará, reafirmando seu papel como líder em debates globais sobre sustentabilidade. Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site oficial: cyc.seduc.pa.gov.br.
Fonte: AGÊNCIA PARÁ
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