20/11/2023 às 10h45min - Atualizada em 20/11/2023 às 11h00min

Dia da Consciência Negra: confira 40 expressões que reforçam racismo e devem ser evitadas

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519.

Da redação

Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Como parte de uma política de reparação, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519. A data, faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil.

Mesmo com a criação da data e políticas voltadas para este reparo histórico, o Brasil está entre os países mais racistas do mundo. Os registros de racismo cresceram mais de 50% no Brasil em 2022, em comparação com o ano anterior, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

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A professora Tamires Melos destaca que até hoje muitas expressões racistas ainda permeiam diversas esferas do cotidiano, desde discursos comuns até a presença na mídia e em instituições. Identificar e compreender essas expressões tornam-se cruciais para um enfrentamento eficaz. E isso vai além do Dia da Consciência Negra. É preciso ser combativo todo tempo.

“A necessidade de utilizar o Dia da Consciência Negra como um momento de reflexão coletiva, não apenas para relembrar as lutas do passado, mas também para analisar criticamente o presente, construir um futuro mais inclusivo”, enfatiza.

Alguns termos e expressões da sociedade precisam ser substituídas do vocabulário como forma de combater o racismo. “Expressões como ‘mulata’, ‘não sou tuas negras’, ‘nasceu com um pé na cozinha’, ‘amanhã é dia de branco’, ‘denegrir’, ‘inveja branca’, ‘a coisa tá preta’, ‘meia tigela’, ‘doméstica’, ‘nhaca’, ‘criado-mudo’ e tantas outras expressões precisam sair do nosso vocabulário”, explica.

Soluções

A professora enumra algumas soluções essenciais. “Primeiramente, a implementação de uma educação antirracista desde cedo, promovendo a compreensão da diversidade e a desconstrução de estereótipos. O empoderamento e a representatividade negra em todos os setores da sociedade também são cruciais, desde a mídia até o mercado de trabalho e a política”, orienta Tamiris.

Além disso, ela enfatiza a importância de promover um diálogo aberto sobre o racismo, incentivando a conscientização e o combate às expressões racistas, tanto individuais quanto coletivamente. “É necessário ter políticas públicas efetivas que abordem as desigualdades raciais, evoluindo para uma sociedade mais justa e igualitária”, destaca.

Veja abaixo as expressões que devem ser abolidas:

A coisa tá preta
Barriga suja
Boçal
Cabelo ruim
Chuta que é macumba!
Cor de pele
Criado-mudo
Crioulo
Da cor do pecado
Denegrir 
Dia de branco
Disputar a negra
Esclarecer
Escravo 
Estampa étnica
Feito nas coxas
Galinha de macumba
Humor negro
Inhaca
Inveja branca
Lista negra
Macumbeiro
Magia negra 
Meia-tigela / de meia-tigela
Mercado negro
Mulata
Mulata tipo exportação 
Não sou tuas negas!
Nasceu com um pé na cozinha
Nega maluca
Negra com traços finos 
Negra de beleza exótica
Negro de alma branca
Ovelha negra
Preto de alma branca
Quando não está preso está armado
Samba do crioulo doido
Serviço de preto
Teta de nega
Volta pro mar, oferenda!

Com informações de Agência Brasil

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