04/05/2022 às 12h31min - Atualizada em 04/05/2022 às 12h31min

Força Nacional dá apoio às ações de segurança em território indígena Parakanã até o dia 17 deste mês.

Em comunicado oficial, indígenas Parakanã clamam por respeito às terras e lembram que são os primeiros habitantes da região.

Mayron Gouvêa

Foto: Redes Sociais.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou, por meio da Portaria de nº 74, o emprego da Força Nacional de Segurança em apoio à Fundação Nacional do Índio, na Reserva Indígena Parakanã, no Pará. Os militares vão atuar nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da segurança das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado, por 15 dias, a contar do último dia 03, em articulação com os órgãos de segurança pública do estado.


Segundo a portaria, o contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela diretoria da Força Nacional de Segurança Pública. “O Ministério da Justiça e Segurança Pública é a casa da defesa dos indígenas e de toda a população, sem distinção. Vamos trabalhar com foco em garantir um país mais seguro para todos os brasileiros”, destacou o ministro Anderson Torres. 

 

Posicionamento Parakanã


O povo Parakanã do grupo de Maroxewara Awaete Parakanã se pronunciou sobre a presença da força nacional em comunicado produzido pelo indígena Wero Parakanã em nome da coletividade que envolve as aldeias Maroxewara, Inaxyganga, Parano’a, Itapeyga, Paranoema, Parano’ona, Paraxotinga, Maropahyga pertencentes ao município de Itupiranga – PA, no sudeste paraense. 


Segundo o documento, o pronunciamento se faz necessário frente às ameaças provocadas e provindas dos não indígenas, devido à presença de três jovens caçadores que penetraram na Terra Indígena Parakanã em Novo Repartimento - lugar onde moram os indígenas do Grupo de Paranatinga. O comunicado lembra ainda que as terras indígenas estão divididas entre os municípios de Itupiranga e Novo Repartimento. 


“Somos ensinados a respeitar todas as pessoas, independentemente de sua cor, raça, origem, opções de vida etc. Por sermos pessoas que respeitam o seu próximo, pedimos o seu respeito pelas nossas crianças, velhos, jovens e lideranças. Os nossos cidadãos Awaete reconhecem os valores patrimoniais que são provenientes do nosso povo. Nós habitamos esse lugar (Novo Repartimento e Itupiranga) há muito mais tempo. Quando a Transamazônica foi construída, não existia Novo Repartimento, mas já existia Awaete nesse lugar. O que queremos dizer, é que sempre nós vivemos aqui. Vocês chegaram depois, nasceram depois. Por isso nós queremos dizer para que não nos ameace, não digam que não nos querem na cidade, pois esse lugar é nosso também. Nós desejamos viver em paz. Não lancem o seu ódio contra os Awaete, pois isso não é justo”, aponta o documento.


O documento finaliza com o pedido de afastamento dos não indígenas, porque os Parakanã não desejam conflito e pedem que os deixem em paz. “Vivemos na nossa casa. Moramos em nosso território demarcado, homologado e expedido em Cartório Civil (Reserva Indígena de Uso Exclusivo dos Parakanã). Os senhores não podem nos julgar assim como também não temos o direito de julgar o seu mundo, nem invadir suas propriedades. O Grupo de Maroxewara clama a vocês por RESPEITO e PAZ”.

 

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