A programação começou na terça (15) e continua nesta quarta-feira (16) e reúne comunidades das Reservas Extrativistas Marinhas do estado para discutir estratégias para a proteção do mangue - ecossistema fundamental no combate à crise climática.
O mangue é fundamental no combate à crise climática por capturar gás carbônico (CO2), um dos principais gases de efeito estufa. Para proteger este ecossistema e propor estratégias de conservação, nesta terça (15) e quarta-feira (16) será realizado o II Workshop “Caminhos para efetividade do maretório do litoral do Pará”, em Belém. A iniciativa reúne as Associações de Usuários das Reservas Extrativistas do Pará (AUREMs), com articulação da ONG Rare.
Na costa da Amazônia Legal, o manguezal ocupa uma extensão de 7.500 km², abrigando 80% do mangue no Brasil, entre Maranhão (36%), Pará (28%) e Amapá (16%). Essa área é a maior porção contínua do ecossistema em todo o mundo, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente (2018). E este território está ameaçado, sobretudo, pela pesca predatória, derrubada ilegal de madeira, poluição com plástico e esgoto.
No Pará, estima-se que 41 mil famílias atuam como extrativistas nas áreas litorâneas, sendo por isso também protetoras dos mangues por conta de suas práticas de extração do pescado e do marisco de forma sustentável. E essas vozes são centrais no workshop, que reúne 12 associações de comunidades de Resex - um tipo de unidade de conservação destinada a proteger as espécies da fauna e da flora locais e também o modo de vida de comunidades tradicionais.
“Queremos compreender e apoiar o processo de fortalecimento das principais entidades que representam os extrativistas, com participação também do Governo, do terceiro setor e da academia. Esse encontro propõe identificar as fragilidades e definir as melhores estratégias para a proteção dos mangues e para as comunidades que o mantêm. Além disso, iremos estabelecer metas para 2023”, explica Bruna Martins, gerente de campanhas da Rare.
O evento é realizado pelas 12 Associações de Usuários das Reservas Extrativistas do Pará, com articulação da ONG Rare, Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas Marinhas e dos Povos Costeiros e Marinhos (CONFREM), Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O encontro conta ainda com apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (SEMAS).
Prêmio “Julho Verde” No workshop, serão premiados os vencedores do prêmio “Julho Verde”, campanha alusiva ao Dia Mundial de Proteção dos Manguezais, celebrado dia 26 de julho. Promovida pela Rare, por meio do programa “Pesca para Sempre”, a campanha busca envolver especialmente as comunidades costeiras das Reservas Extrativistas e a sociedade em geral para a defesa dos manguezais: o maretório.
O prêmio “Julho Verde” irá contemplar oito categorias: Engajamento, Produção, Multimídia, Protagonismo Feminino, Protagonismo Jovem, Responsabilidade Contábil, Cidadania e Campanha do Ano.
A premiação valoriza as boas práticas desenvolvidas pelas comunidades a partir da campanha, que promoveu ações formativas e educativas nos litorais. O objetivo é alertar para a importância da conservação destas áreas, que estão vulneráveis a ameaças como desmatamento e poluição, provocando queda na qualidade de vida de comunidades costeiras e diminuição de recursos naturais, dentre outros impactos socioambientais.
SOBRE O PROGRAMA PESCA PARA SEMPRE No Pará, o programa Pesca para Sempre é uma iniciativa da Associação Rare do Brasil e tem como objetivo promover a gestão efetiva e sustentável da pesca artesanal, atuando para melhoria da qualidade de vida das comunidades a partir do engajamento de comunidades, lideranças públicas e órgãos governamentais.
Sobre a Rare A Associação Rare do Brasil é uma organização da sociedade civil fundada em 2014, que atua na promoção da pesca artesanal sustentável na costa marinha brasileira. A organização vem implementando o programa “Pesca para Sempre” em diferentes países do mundo, e no Brasil foca os esforços no estado do Pará, fomentando a gestão de base comunitária para a pesca na costa Amazônica. A Rare inspira mudanças para que as pessoas e a natureza prosperem. Saiba mais aqui. Sobre a AUREMs As Associações dos Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas e Costeiras (AUREMs) visam a cooperação para manter o equilíbrio ecológico, a partir de estudos para o desenvolvimento de tecnologias alternativas para equacionar problemas sociais e desestabilização dos ecossistemas, a fim de garantir a conservação e preservação do meio ambiente, especialmente no combate à pobreza e a garantia de soberania alimentar das comunidades extrativistas tradicionais.
Serviço II Workshop “Caminhos para efetividade do maretório do litoral do Pará”, dias 15 e 16 de novembro, no Hotel Beira Rio, na Av. Bernardo Sayão, bairro do Guamá, em Belém.