A empresa de entrega de comida por delivery, iFood, vai precisar explicar para o Ministério Público Federal sobre supostas campanhas realizadas em redes sociais para sabotar o manifesto dos entregadores cadastrados na plataforma. Para o MPF, agências de publicidade criaram perfis falsos nas redes sociais Twitter e Facebook, nas quais fingiam ser os motoboys publicando informações para distorcer as ações dos trabalhadores.
O despacho assinado pelo procurador da República, Yuri Corrêa, aponta uma representação do Grupo de Trabalho (GT) de Direitos Humanos e Empresas da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, com base em denúncias que apontam a irregularidade do iFood com campanhas de sabotagem a pauta trabalhista. Os protestos da categoria ocorreram em vários estados e a divergência de informações nas redes sociais enfraqueceu os manifestos.
Os procuradores exigem também que as agências de marketing e publicidade contratadas pelo iFood apresentem documentos contratuais com a empresa de delivery. As investigações vão revelar se as campanhas tinham o objetivo de ir contra os direitos à informação de consumidores e entregadores.
Protestos Para o entregador Henrique Sousa, a atividade de motoboy exige grande demanda e as plataformas de entregas estão diminuindo os valores das viagens a cada ano. Passando pelos aumentos dos perigos do trânsito e da pandemia da covid-19. "Quando os períodos de isolamento começaram, os motoboys de entrega de comida foram classificados como serviço essencial, mas o reconhecimento nunca veio. Deixando a nossa categoria muito prejudicada. Aqui em Ananindeua o movimento de manifestações dos entregadores foi de baixa adesão. E acreditamos que essa 'jogada' do iFood foi motivo de a notícia não ter atingido os trabalhadores daqui que também sofrem muito com as condições impostas pela empresa”, explica o entregador.
CPI dos Aplicativos O iFood também é alvo de uma investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurada para apurar delitos trabalhistas.