Dieese registra aumento do valor da cesta básica no mês de março
Paraenses gastam em média 52% do salário-mínimo para itens básicos
06/04/2022 18h28 - Atualizado em 06/04/2022 às 18h28
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Colocar a comida na mesa ficou ainda mais caro segundo dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O Departamento apresentou nesta quarta-feira (06) que o valor da cesta básica aumentou em todas as capitais brasileiras com média de 4,55% durante o mês de março. A cidade do Rio de Janeiro apresentou o maior aumento com 7,65%, enquanto Salvador teve a menor variação com 1,45% de variação no período.
O estudo feito pelo Dieese representa a realidade não só das Capitais, mas também de todos os municípios. Em Belém, a variação mensal do valor da cesta básico demonstrou um aumento de 1,92%, representando o terceiro menos ajuste, ficando atrás apenas de Aracajú e Salvador. Mas para o economista Marcelo Rodrigues, o aumento mesmo que baixo, ainda representa um diferencial na mesa do consumidor. “Esses números são sempre ruins, e os dados levantados pelo Dieese levam em consideração a diferença da composição da cesta básica de acordo com a região, por isso os estados do norte e nordeste apresentam aumentos menores muitas vezes”, explica o economista.
Marcelo explica também que os hábitos alimentares interferem no preço final na hora comprar comida no mercado. “No Pará temos uma variação do cardápio graças a nossa diversidade na culinária, isso influencia no valor final dos aumentos. Mas de qualquer forma, esses aumentos continuam sendo um vilão durante as compras”, finaliza Marcelo.
Cesta e salário-mínimo – Com o aumento do valor dos alimentos básicos, a relação do poder de compra do consumidor diminui. Os dados atuais de março revelam que o paraense gasta 52,26% do salário-mínimo para colocar alimento dentro de casa. A diarista Márcia Costa demonstra certa preocupação com os aumentos, e que já está levando cada vez menos comida para dentro de casa. “Vir ao mercado é uma missão decepcionante com aumentos tão frequentes. Hoje eu preciso pensar muito no que é essencial ou não na hora de colocar algo dentro do carrinho do supermercado. Ainda mais a gente que é autônoma e não possui uma renda fixa”, lamenta Márcia.