Durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os incentivos financeiros destinados ao setor de combustíveis fósseis, destacando que grandes bancos mundiais investiram cerca de US$ 869 bilhões em petróleo, gás e cimento em 2023, setores responsáveis por grande parte das emissões de carbono globais. Lula ressaltou que esses financiamentos dificultam a transição para fontes de energia renováveis e mais eficientes, necessárias para conter o avanço acelerado do aquecimento global. Ele também mencionou a Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado em novembro, em Belém, como iniciativas para apoiar o financiamento climático. O presidente alertou que países em desenvolvimento, os mais afetados pelas mudanças climáticas, ainda carecem de recursos para mitigar e se adaptar aos impactos ambientais.
Durante participação na cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com os incentivos financeiros concedidos à produção de petróleo, gás e cimento. De acordo com ele, os financiamentos oferecidos ao setor seguem em desacordo com os esforços globais de sustentabilidade.
Leia também: MPPA apura suspeitas de irregularidades em concurso público de Canaã dos Carajás
Segundo dados citados pelo presidente, em 2023, os 65 maiores bancos do mundo destinaram aproximadamente US$ 869 bilhões ao financiamento dessas indústrias, responsáveis por cerca de 80% das emissões globais de carbono. A maior parte desse impacto ambiental está ligada a menos de 60 empresas que operam nos setores de petróleo, gás e cimento.
“Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade”, declarou Lula durante o discurso.
Transição energética e compromissos climáticos
O presidente também defendeu a triplicação do uso de energias renováveis e o dobro de eficiência energética, citando que o aquecimento global avança em ritmo mais acelerado que o previsto por cientistas e organismos internacionais.
Durante sua fala, Lula mencionou a Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics, documento lançado no encontro, que propõe novas fontes e modelos alternativos de financiamento climático voltados para países em desenvolvimento.
Outro destaque foi o anúncio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, previsto para ser lançado na COP30, em novembro, na cidade de Belém (PA). A proposta é remunerar serviços ambientais prestados pelas florestas tropicais ao planeta.
Países mais afetados têm menos recursos
Lula alertou ainda que, mesmo após uma década do Acordo de Paris, os recursos financeiros necessários para uma transição justa e planejada ainda não foram disponibilizados em escala adequada. Ele ressaltou que os países em desenvolvimento serão os mais impactados pelas mudanças climáticas, apesar de serem os que menos contribuem para o problema e também os que possuem menos condições econômicas para mitigar ou se adaptar aos efeitos da crise ambiental.
Fonte: Ag. Brasil
ACOMPANHE O JORNAL PARÁ
Quer ficar bem-informado sobre os principais acontecimentos do Pará e do Brasil? Siga o Jornal Pará nas redes sociais.
O JP está no Instagram, YouTube, Twitter e Facebook.