Almoço do Círio deve ser mais caro do que no ano passado
A pesquisa feita pelo Dieese aponta que há diferença de valores entre o produtos encontrados nas feiras e nos supermercados de Belém;
Carlos Yury - com informações de O Liberal
16/09/2023 10h05 - Atualizado em 16/09/2023 às 10h05
Agência Belém
Os principais produtos que fazem parte do tradicional almoço do Círio dos paraenses estão mais caros este ano. O preço do litro do tucupi, por exemplo, não teve um reajuste uniforme, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Porém, de acordo com uma análise divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), alguns itens estão sendo vendidos a preços 15% acima do valor registrado em 2022, superando em mais que o dobro a inflação registrada nos últimos doze meses, atualmente em 4,06%.
Dependendo do tipo de fornecedor e da marca escolhidos, o preço do produto pode ter uma variação superior a 20% nos locais de comercialização. A pesquisa do Dieese aponta, ainda, que há diferença entre os preços operados nas feiras livres de Belém. No Ver-o-Peso, uma garrafa pet de dois litros de tucupi varia de R$ 6 a R$ 10. Já em locais como São Brás, Batista Campos, Terra Firme, Jurunas, Guamá, Telégrafo, Barreiro e Icoaraci, o mesmo item pode chegar a R$ 20. Nos supermercados da capital, o mesmo item pode ficar entre R$ 11,49 e R$ 23,90. A previsão de que o paraense deve pagar mais caro pelo almoço do Círio deste ano, segundo o Dieese, também se deve ao aumento no preço do pato, principal ingrediente usado nessa data. Além das poucas ofertas encontradas nos centros comerciais de Belém, o pato vivo, pesando entre 2,5 kg e 3 kg, está sendo vendido a preços que variam de R$ 80 a R$ 110. Os números são do início de setembro. No caso do pato congelado, apenas uma marca foi encontrada, confirmando a pouca variedade, e pelo qual os comerciantes estão cobrando de R$ 33,25 a R$ 39,90 o quilo.
“Sabemos que, conforme se aproxima a data [do Círio], essa oferta aumenta e automaticamente isso influencia nos preços. Não acredito em queda, por exemplo, esse ano. Até porque os custos se elevaram muito para incentivar os comerciantes a baixarem os preços, embora o cenário seja de queda para alguns alimentos. Mas, em se tratando de Círio e, mais especificamente, do almoço do Círio, com certeza vai estar mais caro. No caso do tucupi, os reajustes foram tão fortes que chegaram a superar o índice da inflação, chegando em alguns casos a 15%”, avalia Everson Costa, supervisor técnico do Dieese.
Acompanhamentos têm queda no preço - Entretanto, a notícia boa que os levantamentos mais recentes do Dieese mostram é quanto ao preço dos produtos que acompanham o prato principal do almoço. O feijão está 10,27% mais barato na comparação com o mês de agosto. O arroz, por sua vez, teve queda de 1,84%, e a farinha de 0,79%. “Esse é o aspecto curioso deste ano: quando observamos o complemento desse almoço vemos que está mais barato. É inegável que o arroz, o feijão, a farinha estão mais em conta. Porém, os demais ingredientes do Círio estão mais caros”, complementa Everson.
Movimentação ainda é baixa, diz vendedora - Apesar de ainda não sentir diferença no preço do produto que vende, Nilza Silva, feirante de 57 anos, diz que a procura ainda não está boa. A expectativa da vendedora é de que o movimento melhore em outubro. “Mas o tucupi é ótimo. Tem gente que procura, de pouquinho em pouquinho. Vendo a R$ 18 a garrafa de dois litros. Esse é do bom, trago de Vigia, e a procura por ele tende a aumentar muito a partir de agora, mas eu não vou mudar de preço, vai ficar R$ 18 mesmo. O normal é R$ 15”, frisa.
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