O medo de quem precisa do transporte público no período da noite é constante para moradores da Região Metropolitana de Belém. E após os assaltos da última sexta-feira, 13, esse sentimento de insegurança se torna ainda maior.
Na noite de ontem, dois assaltantes invadiram duas linhas de ônibus para assaltar os passageiros. A primeira ação, que ocorreu na avenida Pedro Álvares Cabral, os acusados executaram o cabo da Força Aérea Brasileira, Jax Garcia de 39 anos. Em fuga, os assaltantes invadiram um coletivo da linha Ananindeua- Pres. Vargas e os reféns ficaram por duas horas sob ameaça dos assaltantes.
O comando da Polícia Militar interditou o trânsito na rodovia para negociar com os criminosos. As vítimas gravaram vídeos de toda a ação dentro do ônibus. A negociação teve êxito e os criminosos se entregaram e ninguém ficou ferido.
Medo O sentimento de insegurança é cotidiano para quem precisa do transporte público pela noite. Para o agente de portaria, Izan Pantoja, o retorno para casa é sempre de muita tensão. “Eu trabalho o dia inteiro e à noite faço faculdade. A minha aula termina sempre depois das 22h e é nessa hora que nos sentimos muito vulneráveis. Começando pela longa espera na parada de ônibus e depois todo o trajeto que é longo e as ruas vão ficando mais escuras ao decorrer da viagem”, conta Izan, que mora próximo ao final da linha do ônibus 40 Horas – Ver-o-Peso.
Para Izan, os bairros mais afastados do centro de Belém, Ananindeua e Marituba são os mais perigosos. “Os assaltantes sabem que quanto mais longe do centro das cidades, menor é o policiamento. Por isso eles se aproveitam. Eu mesmo já perdi dois celulares em dois assaltos diferentes chegando em casa, quando eles anunciam o roubo” desabafou.
O transporte alternativo também é alvo dos criminosos que aproveitam a vulnerabilidade dos passageiros em veículos menores. Segundo o técnico de segurança do trabalho, Paulo Aquino, em uma única viagem que fez depois de anos, ele sofreu um assalto. “Eu moro em Icoaraci e tinha pelo menos uns quatro anos que eu não utilizava as vans alternativas para voltar para casa. Mas no dia em que precisei deixar meu carro na oficina e tive que voltar de van, fui surpreendido com um assalto”, contou Paulo que teme por sua família que precisa do transporte coletivo diariamente. “Minha filha em breve vai começar a estudar a noite, e a minha preocupação só vai aumentar. Pois é impossível eu buscá-la todos os dias”, explicou.