30/03/2024 às 08h38min - Atualizada em 30/03/2024 às 08h38min

Aluno de medicina é preso pela PF por fraudar Enem e fazer provas em nome de outros candidatos

A defesa do investigado informou que vai recorrer da prisão.

Da redação

Reprodução
A Polícia Federal prendeu, no início da tarde desta sexta-feira (29), em Belém, o suspeito de ter feito provas do Enem no lugar de pelo menos outras duas pessoas. A prisão faz parte da operação Passe Livre, deflagrada dia 16 de fevereiro deste ano, em Marabá, sudeste do Pará. A defesa do investigado informou que vai recorrer da prisão.

Estudante de medicina, André Rodrigues Ataíde, 23 anos, estava na casa de parentes na capital paraense quando foi capturado, às 14h30, dando cumprimento ao mandado de prisão preventiva por falsidade ideológica e uso de documento falso, além de estelionato com causa de aumento de pena (por ter sido praticado contra autarquia).

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O jovem é o principal alvo da investigação. Segundo a Polícia Federal, ele teria realizado a prova para um parente, em 2022; e para um amigo de longa data, em 2023. André teria falsificado a assinatura ao assinar as provas do Enem. Em ambos episódios de fraude, os candidatos foram aprovados.

André era estudante de medicina da Universidade do Estado Pará (UEPA) no campus de Marabá, no sudeste do Pará. Ele tinha bom histórico escolar de notas. A UEPA decidiu suspender os três alunos de medicina investigados pela Polícia Federal.

O advogado de defesa de André Ataíde, Diego Adriano Freires, alega que "a prisão é medida extremamente gravosa e desproporcional, haja vista, o estudante André desde o início das investigações tem contribuído com a autoridade policial. De imediato irá solicitar a revogação da prisão do seu cliente".

Esquema de fraude - Na deflagração da operação, em fevereiro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém havia sido preso. O alvo de hoje é suspeito de ter sido aprovado duas vezes no Enem (para curso de medicina), se passando por outras duas pessoas.

Com base na nota no Enem conseguida através de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina, pela Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, mas sem terem feito a prova.

A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. Para se passar por outros candidatos, o suspeito de fazer as provas pode ter usado documentos falsos. Ele também cursa medicina na Uepa de Marabá.

Durante a análise dos materiais apreendidos foram localizados diversos outros crimes como realização de inúmeras provas de vestibulares de medicina de faculdades particulares, falsificação de documentos como RG's, cartões do SUS, atestados médicos, receitas médicas, produção de cena de sexo explicito com adolescente, etc. Os crimes que não guardam conexão com crimes federais foram descobertos fortuitamente durante a análise de parte dos materiais apreendidos.

As investigações seguem em andamento, também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do esquema criminoso.

Se confirmada a hipótese criminal os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros.

Com informações de g1

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