O sol apareceu, o dia ficou lindo em Belém e o arrastão cultural não deixou ninguém se amofiná. O ponto de encontro foi a escadinha do cais do porto. De lá, os brincantes das escolas envolvidas esbanjaram sorrisos, contagiaram com a alegria e fizeram quem assistia e, passava pelo local, cair no samba, do jeitinho que o paraense aprecia, e até quem não é.
O biólogo paulista, mestrando em botânica pelo museu Emílio Goeldi, Kenneri Alves, 26, caiu no samba. “Isso aqui é uma maravilha, uma explosão de alegria e cores, Belém é isso! Estou aqui há quase 1 ano e eu amo esse contato com uma cultura tão diferente da minha, e tão rica em conhecimento como é a do povo paraense. Muito feliz!”, comemora.
O evento durou quase 4 horas, iniciou às 11 horas da manhã e entrou pela tarde. Na passagem pela Avenida Presidente Vargas, região central da capital paraense, a festa ficou ainda mais bonita. Por lá, se apresentaram cantores, mestres-salas e portas-bandeira, portas-estandarte, madrinhas, rainhas e musas de bateria e a própria bateria das escolas envolvidas, além das baianas que, juntos, levantaram a bandeira com o tema da festa “O carnaval merece respeito!”, numa forma de pedir carinho ao poder público para melhor valorização do carnaval belenense, que já foi reconhecido como o 2º melhor do Brasil.
“A gente está lutando pelo resgate do carnaval, já que Belém está há três anos sem realizar o evento. As pessoas estavam com sede de festa e o objetivo foi alcançado, que é de levar mensagem ao poder público e pra sociedade de que o carnaval é um bem estar social da família brasileira, e eu costumo dizer que é a oitava maravilha do mundo. Na uma hora do desfile, a gente esquece tudo o que passou, ao longo do ano, e cai na folia”, celebra Jackson Santarém, um dos coordenadores do evento.
A festa encerrou na praça Batista Campos, no bairro de mesmo nome. O arrastão, que representou o amor pelo carnaval e pela cultura paraense, foi promovido pelo Rancho Não Posso Me Amofiná em parceria com as escolas de samba Quem São Eles, Matinha, Os Colibris, Xodó da Nega e Acadêmicos da Pedreira, sob a coordenação de Jackson Santarém, do Rancho e Waldir Fiock, da Acadêmicos da Pedreira.