12/09/2022 às 10h57min - Atualizada em 12/09/2022 às 10h57min

Pesquisa divulga números sobre controle, assédio e violência doméstica no Brasil

4 em cada dez mulheres já sofreram importunação sexual e viveram situações de controle e violência doméstica, mas poucos homens assumem essas práticas

Amaral Rosa, estagiário, sob supervisão de Yuri Siqueira, jornalista.

Uma pesquisa inédita realizada pelo Ipec (antigo Ibope) e Instituto Patrícia Galvão, com apoio da Uber, divulgada nesta segunda-feira (12), revela que 45% das mulheres no Brasil já tiveram o corpo tocado sem consentimento em local público, mas apenas 5% dos homens admitem a prática. Ainda, 32% das mulheres afirmam ter passado por situação de importunação/assédio sexual no transporte público, mas nenhum homem reconhece já haver praticado esse tipo de violência.

Acesse na íntegra o relatório da pesquisa Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas (Instituto Patrícia Galvão/Ipec, setembro/2022). https://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2022/09/2022_IPG_Ipec_Pesquisa-Percepcoes-sobre-controle-assedio-e-violenci-domestica-vivencis-e-praticas.pdf


A pesquisa revela também que as mulheres tendem a reconhecer mais do que os homens que exercem situações de controle e práticas invasivas sobre o parceiro, como exigir a senha do celular e/ou redes sociais ou então o bloqueio ou exclusão de amigos das redes. Os homens afirmam mais que proíbem o uso de roupas e acessórios.

Realizada com o objetivo de compreender e analisar as experiências e percepções da população brasileira sobre o recurso à violência, práticas invasivas e de controle e situações de importunação, perseguição, assédio sexual e violência doméstica, esta pesquisa de opinião revela que as práticas de controle, somadas aos relatos de agressões físicas e verbais, apontam para dinâmicas conflitivas nas relações afetivas de boa parte da amostra, tendo o ciúme como principal catalisador. Afeto e posse se confundem em parcela significativa dos relacionamentos amorosos: ao término de uma relação, controle, perseguição e calúnia são as agressões mais relatadas.

Mais mulheres (34%) do que homens (25%) declaram terem sido obrigadas, após o fim do relacionamento, a bloquear contato, mudar de telefone (18% das mulheres x 8% dos homens) e registrar um boletim de ocorrência (15% das mulheres x 6% dos homens).

Os jovens de ambos os sexos, as mulheres e os homens não heterossexuais relatam mais sofrer violência sexual dos parceiros. Chamam atenção os maiores percentuais de homens e mulheres de 16 a 24 anos e de homens não heterossexuais que declaram terem sido obrigados a fazer sexo quando não queriam e a manter relações sexuais sem preservativo.

A pesquisa Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas, entrevistou por telefone 1.200 pessoas (800 homens e 400 mulheres) de todo território nacional, consultando pessoas com 16 anos ou mais, entre 21 de julho e 1º de agosto de 2022. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. A pesquisa tem como objetivo compreender as experiências e percepções da população brasileira sobre recurso à violência, práticas invasivas e de controle, importunação, perseguição, assédio sexual e violência doméstica. Por se tratar de uma amostra desproporcional ao universo estudado houve necessidade de ponderar os resultados.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jornalpara.com.br/.
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp