17/05/2023 às 10h22min - Atualizada em 17/05/2023 às 10h22min

Unifesspa e prefeitura de Parauapebas assinam convênios de cooperação técnica para povos indígenas

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e a prefeitura de Parauapebas firmaram Acordo de Cooperação Técnica (ACT).

Carlos Yury

Ascom Unifesspa

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e a prefeitura de Parauapebas firmaram, na manhã desta terça-feira (16), em Marabá, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT), na perspectiva de atender demandas urgentes trazidas pelo povo Xikrin ao poder público local. Assim, originado de reivindicações específicas do povo Xikrin e ampliado em seus objetivos para atender a população mais ampla.

 

A região do Sudeste do Pará possui grande diversidade cultural e étnica, incluindo diversos povos indígenas e comunidades tradicionais. Neste território convivem cerca de 12 mil indígenas de 13 etnias. Entre os povos que ocupam a região de Carajás, estão os Xikrin Mebengokre.

 

A Terra Indígena Catete, entre os municípios de Parauapebas, Água Azul do Norte e Marabá, é lar de 1600 indígenas desta etnia, que possuem como referência o município de Parauapebas para serviços diversos, como saúde e educação.

 

O acordo -  visa a realização de ações de ensino, pesquisa e extensão que ajudem a fomentar e estruturar políticas públicas no município de Parauapebas que, considerando e valorizando a diversidade étnica e social de seu território, sejam capazes de impulsionar o desenvolvimento local e regional, por meio da formação profissional inicial e continuada e da produção científica, acadêmico e pedagógica comprometidas com sustentabilidade amazônica.

 

A iniciativa prevê a oferta de formação acadêmico-profissional inicial e continuada aos povos indígenas, povos do campo e sujeitos da diversidade sociocultural em cursos de extensão. Inclui, também, a realização de diagnósticos de aspectos socioeconômicos-culturais, de saúde e sobre a diversidade sociocultural do povo Xikrin, além de seminários e outras ações educativas.

 

Com duração prevista de 60 meses, o acordo também prevê que a prefeitura crie um programa de bolsas destinado ao fomento de atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Com essa parceria vamos conseguir, de fato, expandir aquilo que a gente faz de ciência não sobre os povos indígenas, mas sim com os povos indígenas”, declarou a vice-reitora, profa. Lucélia Cavalcante.

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“Destacar que esse acordo é importante porque ele vai possibilitar diversas atividades e ações voltadas para os povos indígenas, que fortalecem e favorecem a ciência, as contabilidades, causas ambientais e os direitos indígenas e a elaboração de políticas públicas”, pontua Girlan Pereira do Departamento de Relações Indigenas.

 

A coordenadora do Nuade, profa Karla Rascke, explica que o acordo prevê inicialmente dois convênios. “O primeiro deles envolve o diagnóstico da realidade social, educacional e territorial do povo Xikrin, no sentido de compreender essa realidade e também pensar ações/estratégias de políticas públicas direcionadas às demandas da população”, diz.
 

Ainda de acordo com Karla, o segundo convênio é para oferta de turma específica do curso de Direito, voltada para estudantes indígenas.

 

“​Nós entendemos que a ciência é algo importante, por isso queremos ela perto das comunidades. Elas precisam se apropriar daquilo que é produzido de conhecimento nas universidades. Essa troca de saberes é muito significativa e essa parceria mostra que estamos no caminho certo”, declarou o prefeito Darci Lermen.

 

Para o estudante Kaiorê Xikrin, a parceria foi recebida com entusiasmo. “A nossa visão, enquanto indígena, é de queremos crescer, queremos ter esse conhecimento científico, para além do nosso conhecimento tradicional. Em nome do povo Xikrin gostaria de parabenizar essa iniciativa de levar essa diversidade para dentro da terra indígena”, afirmou.

 

Egresso do curso de Pedagogia da Unifesspa, o indígena Katop-ti Xikrin frisou que a parceria firmada é benéfica para as comunidades e abre possibilidades para que mais outros indígenas possam ingressar no ensino superior. “É uma porta que se abre para nossa juventude, o caminho da educação”, finaliza.

 

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