11/11/2022 às 17h04min - Atualizada em 11/11/2022 às 17h04min

Aluna da classe hospitalar do Hospital Oncológico Infantil é aprovada no vestibular da UEPA

Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão do jornalista Yuri Siqueira.

Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará
A aprovação no vestibular é um sonho de muitos jovens que concluem o ensino médio,  com Crislane Silva, de 18 anos, não foi diferente. Ela terminou o ensino médio no final do ano passado, na classe hospitalar do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, e, desde então, sonhava em ingressar na universidade.

Mesmo com as dificuldades impostas pela leucemia, tipo de câncer que acomete a medula óssea, a aluna-paciente nunca desistiu do objetivo. A persistência e a dedicação fizeram com que conseguisse ser aprovada no curso de Biologia da Universidade Estadual do Pará (Uepa), localizada no município de Vigia.


“Cheguei ao hospital quando cursava a 1ª série do ensino médio. Havia todo um cronograma a ser cumprido; deixei a classe somente após a minha formatura. Os professores foram muito importantes durante o período de hospitalização, não desistiram de mim. Sempre tive vontade de entrar na universidade, meu desejo inicial era fazer medicina veterinária, mas surgiu essa oportunidade e agarrei. O resultado saiu no  último dia 4 deste mês. Fiquei muito emocionada ao ver o meu nome na lista de aprovados, não vejo a hora de começar a vida acadêmica”, disse.

Em funcionamento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), a classe se configura como modalidade de Educação Especial e possibilita que crianças e adolescentes continuem os estudos, garantindo o direito à educação, à continuidade do processo ensino-aprendizagem e à reintegração ao grupo escolar. “Nosso objetivo principal é contribuir para que eles não parem o percurso escolar. Não medimos esforços para garantir essa escolarização”, destacou a professora Ana Elvira dos Santos.

“O programa de educação especial é ofertado desde a inauguração do hospital em 2015, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os alunos são matriculados nas Escolas Estaduais Barão do Rio Branco e Visconde Souza Franco, e cursam a série que fazia antes do adoecimento. É uma escola dentro do hospital, com toda a grade curricular de uma escola comum. Para nós, é uma imensa satisfação poder contribuir para a concretização de momentos como esse. Isso só evidencia a importância da parceria entre o hospital e a secretaria, informou Natacha Cardoso,  coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Hoiol.

 
 
 
 
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